Com o dobro da capacidade, MS tem 3ª maior superlotação de presídio no País
Mato Grosso do Sul tem 13.335 presos no sistema carcerário, o dobro do número de vagas disponíveis nos presídios existentes no Estado, 6.686. Os dados são da 10° edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3). A estatística deixa o Estado na terceira colocação entre as unidades federativas com maior índice de detentos, a cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas do Acre e Rondônia.
Conforme o levantamento, o índice de presos no Estado é de 700 a cada 100 mil habitantes. Enquanto no Acre, o número é de 873,3, e em Rondônia, 803,8 detentos.
Nos dois estados com maior índice de presos, houve rebeliões em outubro. Numa prisão de Porto Velho (Rondônia), oito presos morreram após um conflito entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).
O mesmo motivo causou a morte de pelo menos nove presos e 19 ficaram feridos, durante rebelião no presídio Francisco d'Oliveira Conde, na capital do Acre, Rio Branco.
A esposa de um detento relatou ao site de notícias G1 que os presos invasores estavam armados com facas e pedaços de pau. “Essa penitenciária é uma bagunça. A gente vivia dizendo que tem que separar os presos, mas eles continuam no mesmo lugar. Em pouco tempo a gente só ouvia os gritos e barulho de tiro e de bomba. A gente fica desesperado porque nossos filhos, esposos, pais e irmãos estão aí dentro.”
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson da Silva, afirma que o estopim da guerra entre o PCC e o CV foi a morte do traficante Jorge Rafaat Toumani, no mês de junho, em Pedro Juan Caballero, fronteira de Ponta Porã com o Paraguai - distante cerca de 323 quilômetros de Campo Grande.
Em Mato Grosso do Sul não houve registro de motim, mas a guerra mobilizou forças de segurança no Estado. Em outubro, o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o setor de inteligência da policia estavam monitorando a situação para evitar confrontos.
O Campo Grande News tentou contato com o diretor-presidente da Agepen, para que comentasse os dados, mas seu celular estava estava desligado.