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Cidades

De malas para deixar País, Adalberto nega denúncias e leva torcida à CPI

Edivaldo Bitencourt e Helton Verão | 17/07/2013 18:42
Adalberto Siufi negou irregularidades e quer voltar ao Hospital do Câncer (Cleber Gellio)
Adalberto Siufi negou irregularidades e quer voltar ao Hospital do Câncer (Cleber Gellio)

Só dependendo de uma autorização a Justiça para viajar para o exterior, o médico Adalberto Siufi, levou uma “claque” para aplaudi-lo e atacar os adversários durante o depoimento, na tarde de hoje (17), à CPI da Saúde da Câmara Municipal. Ele negou todas as irregularidades, mas admitiu que foi professor do ex-diretor do Hospital Universitário, José Carlos Dorsa, também afastado após as denúncias de irregularidades no tratamento de pacientes com câncer em Campo Grande.

Adalberto pediu autorização da Justiça para uma viagem aos Estados Unidos, onde segundo seu advogado, Renê Siufi, vai visitar um filho, nora e neto. O pedido é de ausência de 15 dias e tramita na 4ª Vara Criminal, onde o médico responde por porte ilegal de arma. Ele chegou a ser detido, em março deste ano, durante a Operação Sangue Frio, da Polícia Federal. O juiz só vai autorizar a viagem após manifestação da Polícia Federal e da Justiça Federal, sobre se há algum impedimento do médico se ausentar do Estado.

Enquanto aguarda a autorização, ele foi ouvido hoje pela CPI da Saúde e prometeu por um ponto final nas denúncias de que utilizou indevidamente os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Siufi negou todas as denúncias, como o superfaturamento de até 70% dos valores pagos pelo Hospital do Câncer, do qual era presidente, para a sua empresa, a Neorad.

Ele se eximiu de responsabilidade sobre a nomeação da filha, Betina Siufi, com super salário para administrar o Hospital do Câncer. Ele alegou que só cuidava de questões clínicas e não era o responsável pela parte administrativa do hospital.

Já sobre o salário de aproximadamente R$ 100 mil, que ele ganhava, Siufi justificou. Ele alegou que cumpriu expediente de 40 horas e ainda trabalhava na sua clínica particular.

Volta – O médico afirmou ainda, durante o depoimento na CPI da Saúde, que vai tentar retomar o comando do Hospital do Câncer. Ele foi destituído do cargo de presidente pelo conselho curador da Fundação Carmem Prudente, que é gestora do Hospital do Câncer. Também foi afastado das atividades como médico.

Adalberto acusou a atual gestão do Hospital do Câncer de ter sido eleita de forma irregular. Os conselheiros não seguiram os critérios técnicos para eleger o novo comando administrativo do hospital.

No entanto, ele não conseguiu decisão favorável na Justiça nem para voltar a trabalhar como médico no Hospital do Câncer. A Justiça até concedeu liminar, no início, mas depois o juiz acatou os argumentos da nova direção do HC e até condenou Siufi a pagar, no julgamento do mérito, as custas processuais.

Torcida – Para se livrar da pressão dos vereadores, Adalberto Siufi chegou acompanhado do advogado Renê Siufi, um dos maiores criminalistas do Estado, e até de uma torcida. Durante o depoimento, a “turma de Adalberto”, que ocupou duas fileiras no plenarinho, aplaudia as declarações do médico e vaiava os vereadores.

Aliás, um dos vereadores que mais enfrentou a fúria dos aliados de Adalberto foi o vereador Coringa (PSD), que questionou as denúncias contra o médico. Ele quis saber sobre a cobrança por tratamento de quimioterapia de pacientes mortos, conforme apurado pela força-tarefa do Ministério da Saúde, e dos super salários.

No entanto, ele acabou não apresentando os documentos que comprovariam não ter "acelerado" a morte de pacientes em tratamento de câncer. Os documentos foram prometidos pelo advogado de defesa quando o médico chegou à Câmara Municipal para prestar depoimento.

As duas últimas fileiras eram da torcida a favor de Siufi (Cleber Gellio)
As duas últimas fileiras eram da torcida a favor de Siufi (Cleber Gellio)
Renê Siufi acompanhou médico em depoimento (Foto: Cleber Gellio)
Renê Siufi acompanhou médico em depoimento (Foto: Cleber Gellio)
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