Família e amigos de arquiteta serão ouvidos na 2ª feira
A Polícia Civil vai ouvir a partir de segunda-feira amigos e familiares da arquiteta Eliane Aparecida Nogueira, de 39 anos. O corpo dela foi encontrado carbonizado na madrugada de ontem na rua Manoel de Nóbrega, região do bairro Tiradentes, em Campo Grande. O veículo da vítima, um Pólo (placas HSE-9256) foi destruído pelo incêndio.
Marido da vítima, o empresário Luiz Afonso Santos de Andrade, de 42 anos, é suspeito do crime e está preso na 4ª delegacia de Polícia Civil. Ele nega participação na morte de Eliane. Eles eram casados há dois anos e meio, mas estavam separados há três dias.
De acordo com o delegado Wellington de Oliveira, amigos e familiares serão ouvidos para traçar um perfil do relacionamento. Também devem prestar depoimento pessoas que se encontraram com o casal na noite de quinta-feira.
Eliane e Luiz foram a uma festa no buffet Ondara. O delegado também aguarda resultado da perícia em roupas do suspeito. Ontem, foram apreendidos uma camiseta, uma camisa e duas calças no escritório que o empresário mantém na empresa de iluminação, localizada na rua José Antônio, do qual é proprietário.
Contudo, a roupa que ele usou na festa de quinta-feira à noite ainda não foi localizada. O delegado também aguarda resultado da perícia no carro da vítima. "Tenho 30 dias para investigar. E ver se ele vai ser solto o não", afirma o delegado.
Ele reforça que como não testemunhas e nem confissão do suspeito, o esclarecimento do crime depende de provas periciais. O empresário Luiz Afonso teve a prisão decretada por 30 dias.
Contradições e ciúme - A polícia também investiga por que ele comprou R$ 50 de gasolina em um posto na rua 13 de Maio, às 14 horas de quinta-feira. Ontem, ele negou que tenha abastecido o veículo. Um cupom de débito confirma a compra. O combustível do carro da vítima era álcool, mas foi incendiado com gasolina.
Outro ponto de conflito é o fato de Luiz Afonso ter relatado que deixou Eliane em casa, na avenida Mato Grosso, após a festa. Um dos porteiros do prédio onde vivia Eliane garantiu que ela não retornou para casa na quinta-feira.
Em 2009, foi registrado um boletim de ocorrência por lesão corporal recíproca entre o casal. Ontem, o delegado Luis Tomaz de Paula Ribeiro, que ouviu o empresário, disse que depoimentos e evidências reforçam a hipótese de que o assassinato está relacionado aos ciúmes do empresário.