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Interior

Agesul desconhece escuridão em rodovia onde primos morreram

Presidente da Comissão Pró-Duplicação da Avenida Guaicurus criticou escuridão em trecho onde soldado do Exército e a prima morreram em acidente ontem à noite

Helio de Freitas, de Dourados | 07/06/2016 16:21
Trecho da Avenida Guaicurus às escuras (Foto: Franz Mendes)
Trecho da Avenida Guaicurus às escuras (Foto: Franz Mendes)

Feita pelo governo do Estado com gasto superior a R$ 21 milhões para garantir mais segurança aos usuários, a duplicação da Avenida Guaicurus, em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, ainda está longe de acabar com as tragédias.

Além de buracos e rachaduras surgidos em trechos recém-pavimentados, margens da estrada alagadas toda vez que chove e ciclovias sem sinalização, a rodovia tem vários trechos que continuam às escuras, mesmo depois de constantes reclamações.

O acidente que ontem à noite matou o soldado do Exército Júnior Ortiz Amarília, 18, e a prima dele, Micaelli Ortiz Samurio, 20, ocorreu em um trecho sem iluminação, segundo afirmou nesta terça-feira ao Campo Grande News o presidente da Comissão Pró-Duplicação da Guaicurus, Franz Mendes. Entretanto, a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) desconhece esses pontos sem.

A Avenida Guaicurus é um trecho de 12 km da rodovia MS-162 e liga a área central de Dourados ao aeroporto, ao Exército e à CidadeU, onde funcionam os campi da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

“Vários fatores podem ter influenciado para o acidente. Pista molhada, rotatória após trecho de reta e a principal suspeita: o trecho entre a rotatória de entrada do HU até a rotatória do anel viário está sem iluminação. Alertamos sobre o risco de acidentes, os veículos de comunicação mostraram o problema”, afirmou Mendes.

“Não foi surpresa o que aconteceu, só não sabíamos com quem aconteceria. Poderia ser com alguém da Uems, da UFGD, um militar, um usuário a caminho do aeroporto ou qualquer outra pessoa. A intenção da via é proporcionar segurança. A obra deve ser projetada e executada e para isso todos os itens previstos devem ter seu funcionamento. Mesmo considerando que a obra não foi entregue, temos que observar que os usuários usam a via, logo a iluminação precisa estar em condições de funcionamento”, protestou.

Segundo ele, recentemente a Agesul mandou técnicos ao local para fazer um levantamento e que após a conclusão do relatório a agência chamaria as empresas do consórcio que executam a obra. Entretanto, ele não sabe se isso aconteceu.

Agesul desconhece – Ao Campo Grande News, a Agesul encaminhou uma nota hoje informando que a iluminação foi concluída e fiscalizada em novembro de 2015. “Conforme determina a boa prática de fiscalização, durante o dia foi verificada a existência de lâmpadas acesas e durante a noite lâmpadas apagadas. Em nenhum dos períodos foi encontrada qualquer irregularidade na iluminação”, afirma a nota.

“Qualquer cidadão pode comprovar que existem vários trechos com as lâmpadas apagadas no período noturno e que esta situação é determinante para reduzir a visibilidade dos usuários da Avenida Guaicurus. Se a fiscalização do governo não encontrou lâmpadas apagadas, a Comissão está à disposição para apontar os pontos que precisam de manutenção”, afirmou Franz Mendes.

Interminável – A duplicação da Avenida Guaicurus está em andamento desde 2013. A obra deveria ter sido concluída em 2014, mas até agora não foi entregue pelas duas empreiteiras contratadas através de licitação pelo governo do Estado.

Em março deste ano o Campo Grande News mostrou os defeitos na iluminação da rodovia. Na época, a Agesul informou que a responsabilidade pela manutenção da iluminação é da prefeitura de Dourados, pois trata-se de uma rodovia dentro do perímetro urbano.

Já a Secretaria de Serviços Urbanos de Dourados, responsável pela manutenção da iluminação pública na cidade, informou que não pode assumir o serviço, por se tratar de uma rodovia estadual. “Se fosse municipalizada, tudo bem, mas do jeito que está a responsabilidade é do Estado”, disse o secretário Márcio Katayama.

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