Além de degradação, família dona de fazenda de novela respondeu por sonegação
Denúncia apontava uso de empresas satélites, compostas por laranjas e dirigidas por testas de ferro
Dona de patrimônio que inclui 50 mil hectares de terra em Mato Grosso do Sul, com destaque para a fazenda onde foi gravada a novela “Terra e Paixão” (Rede Globo), a família Rocha frequentou o noticiário policial em 2006, quando veio à tona o caso de sonegação fiscal Campina Verde.
Esse era o antigo nome da corporação, rebatizada de Grupo Valor. Os laços de família foram mencionados em matéria do site De Olho nos Ruralista. O proprietário da fazenda Annalu, que fica em Deodápolis e serve de cenário para a novela, é filho de Aurélio Rocha, condenado em 2019 pela fraude.
Em março daquele ano, o Campo Grande News divulgou que o Aurélio foi condenado a 6 anos e 9 meses de prisão, em regime semiaberto, na ação que apurou fraudes superiores a R$ 79 milhões envolvendo a Região Sul Agrícola, uma das empresas envolvidas no Caso Campina Verde
A sentença do juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Teixeira, absolveu Nilton Fernando Rocha, irmão de Aurélio.
Inicialmente, a denúncia apontou que a família Rocha fez uso de empresas fantasmas (ou satélites), compostas por laranjas e dirigidas por testas de ferro, no intuito de maquiar as transações de vendas de grãos.
De acordo com o advogado João Arnar Ribeiro, não há condenação contra o empresário porque a decisão foi suspensa por recurso. "Enquanto há recurso, não há condenação. Eventuais sentenças de primeiro instância estão suspensas por conta do recurso. Então, não existe condenação. O princípio constitucional da inocência presumida garante que ninguém seja considerado culpado até sentença definitiva transitado em julgado".
A defesa informa que Aurélio e os irmãos foram absolvidos na ação principal e os processos acessórios estão sendo discutidos nos tribunais.
A fazenda onde foi gravada a novela acumula lista de violações ambientais, como desmatamento, armazenamento e despejo ilegal de agrotóxicos, desvio de curso d’água para a piscicultura e a criação de animais sem licença ambiental.
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