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Interior

Apontado como mentor da morte de Rafaat, "Galã" é condenado a 19 anos

Tido como um dos chefes do PCC na fronteira, ele foi condenado pelo crime de organização criminosa

Marta Ferreira | 23/08/2019 18:17
Cena do crime cinematográfico que vitimou Jorge Rafaat Toumani, e que teria sido planejado por Galã. (Foto: Arquivo)
Cena do crime cinematográfico que vitimou Jorge Rafaat Toumani, e que teria sido planejado por Galã. (Foto: Arquivo)

Preso desde fevereiro do ano passado, depois de ser descoberto em estúdio de tatuagem em Ipanema, no Rio de Janeiro (RJ), Elton Leonel Rumich da Silva, o “Galã”, de 35 anos, foi condenado esta semana pela Justiça Federal em Ponta Porã a 19 anos de prisão por integrar organização criminosa, depois de 15 anos de “vida bandida”. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), responsável pela acusação, Galã vive do crime desde os 20 anos, sem nunca ter comprovado qualquer atividade laboral ou empresarial lícita.

Apontado como um dos chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), ele é tido, ainda, como o mentor do ataque cinematográfico em que foi executado Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016. Além da pena de prisão, a Justiça determinou o pagamento por Galã de cerca de R$ 4 milhões em multa.

De acordo com o MPF, a Justiça levou em conta que Galã se dedica a ações criminosas pelo menos desde 2005. Dentro da organização, era responsável, segundo o órgão ministerial, por “fazer compras de drogas em grande escala, administrar os armamentos e os veículos, controlar o pagamento de propina para policiais paraguaios e controlar o pagamento de salários aos membros da organização”.

“Todo o histórico da vida pregressa do acusado Elton Leonel, trazido didaticamente nas alegações finais do órgão ministerial, é relevante para ficar claro que ele, ao menos desde os 20 anos de idade, vive exclusivamente da prática de crimes, sem prova, é bom também ressaltar, do exercício de qualquer atividade econômica lícita que lhe gerasse renda também lícita”, assinala o juiz Márcio Martins de Oliveira, da 2ª Vara da Justiça Federal em Ponta Porã.

Além de Helton Rumich, outras duas pessoas foram condenadas no processo. Lucas Pereira Theodoro pegou pena de 1,2 ano, que vai começar a cumprir já no regime semiaberto, e Luis Henrique da Silva recebeu pena de 1 ano, que cumprirá em liberdade, destinando três salários mínimos ( em torno de R$ 3 mil) a uma instituição social e prestando serviços.

“Todo o histórico da vida pregressa do acusado Elton Leonel, trazido didaticamente nas alegações finais do órgão ministerial, é relevante para ficar claro que ele, ao menos desde os 20 anos de idade, vive exclusivamente da prática de crimes, sem prova, é bom também ressaltar, do exercício de qualquer atividade econômica lícita que lhe gerasse renda também lícita”, assinala juiz.

Galã no dia da prisão, em fevereiro de 2018, em um estúdio de tatuagem do Rio de Janeiro. (Foto: Polícia Civil/RJ)
Galã no dia da prisão, em fevereiro de 2018, em um estúdio de tatuagem do Rio de Janeiro. (Foto: Polícia Civil/RJ)

Lavagem de dinheiro – Nesta semana, Galã passou a ser réu em outro processo, por lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia do MPF, ele usava contas bancárias abertas em nome de “laranjas” em Ponta Porã, para receber dinheiro do comércio de drogas.

O esquema é investigado pela Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã. Com base na investigação, a PF cumpriu mandado de prisão preventiva contra Galã, que está no presídio de Bangu I, no Rio.

Considerado novo chefe do crime organizado na fronteira até ser preso em um estúdio de tatuagem no balado bairro de Ipanema, Helton Rumich é apontado pela polícia paraguaia como o mentor do plano para executar o capo da fronteira, Jorge Rafaat Toumani, morto a tiros de metralhadora calibre 50, em 15 de junho de 2016.

Galã está na cadeia após ser capturado por policiais civis da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos do Rio de Janeiro por uso de documento falso.

A prisão preventiva é a segunda decretada em razão de investigações da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, sendo a primeira decorrente do envolvimento de Galã com organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de entorpecentes, informou a PF.

Ainda de acordo com a PF, as prisões preventivas reforçam a necessidade de manutenção de encarceramento do bandido, considerado extremamente perigoso e líder da facção criminosa que age em todo o Estado e é bastante presente na região de fronteira com o Paraguai.

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