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Interior

Após incineração, casal jogou cinzas de servidora no Rio Paraguai

As cinzas da vítima foram armazenadas em sacos e vasilhames e jogadas no rio, na tentativa de ocultar o crime

Viviane Oliveira | 06/09/2019 07:28
Fragmentos de ossos encontrados durante reprodução simulada (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Fragmentos de ossos encontrados durante reprodução simulada (Foto: divulgação/Polícia Civil)

A servidora Nathália Alves Corrêa Baptista, 27 anos, teve o corpo queimado sob forte combustão e depois suas cinzas foram jogadas no Rio Paraguai. Ontem (5), equipes da Polícia Civil e a Perícia Técnica da Capital realizaram a reprodução simulada com base nos depoimentos de Regiane Marcondes Machado, 33 anos. Ela confessou parcialmente seu envolvimento e deu alguns detalhes sobre o caso. 

A vítima foi vista pela última vez por volta das 20h30 do dia 15 de julho, na casa de uma amiga. De lá, a jovem foi para uma pousada de Porto Murtinho, encontrar com José Romero, 37 anos, com quem mantinha relacionamento. Depois disso, como Nathália não retornou para casa, a família procurou a polícia para denunciar o desaparecimento.

Conforme informado por Regiane, que também mantinha um relacionamento com José, as duas haviam se desentendido meses antes e que no dia em que Nathália desapareceu, ela foi chamada na pousada pelo amante, que era administrador do local, onde já encontrou a vítima morta. 

Regiane afirma que para proteger o amante, ajudou no transporte do corpo para uma residência do Bairro Nossa Senhora Aparecida, local onde o cadáver foi incinerado pelo casal, sob forte combustão e por várias horas. Na sequência, as cinzas foram armazenadas em sacos e vasilhames e jogadas no rio Paraguai, na tentativa de ocultar o crime. O local onde o corpo foi queimado foi concretado, com a construção de uma área de lazer.

Os vestígios coletados nesta quinta-feira foram encaminhados ao Imol  (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Os vestígios coletados nesta quinta-feira foram encaminhados ao Imol (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Local onde o corpo foi incinerado foi construído uma área de lazer para esconder o crime (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Local onde o corpo foi incinerado foi construído uma área de lazer para esconder o crime (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Durante a reprodução simulada realizada pelos delegados Márcio Shiro Obara, da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) e João Cléber Dorneles, da Delegacia de Porto Murtinho, responsáveis pelo caso, o concreto foi quebrado e peneirado pelos peritos criminais, que localizaram fragmentos de ossos que podem ser restos mortais de Nathália.

Conforme os delegados, Regiane confessa somente parte do crime, alegando que apenas ajudou José Romero no transporte do corpo e na incineração. Ela afirma que foi o amante responsável pela morte da jovem. Porém, a Polícia Civil não descarta o envolvimento da acusada no assassinato. 

Ainda conforme os delegados Shiro Obara e João Cléber, o suspeito José Romero nega qualquer envolvimento no crime, atribuindo a morte e a ocultação de cadáver à amante, que teria sido auxiliada por um terceiro. Regiane, presa temporariamente desde o dia 24 do mês passado, por suspeita de envolvimento no sumiço e morte de Nathália, foi indiciada por destruição, subtração e ocultação de cadáver. Já José Romero, também teve a prisão temporária decretada e segue preso, à disposição da Justiça.

Os vestígios coletados nesta quinta-feira foram encaminhados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal de Mato Grosso do Sul) e ao Laboratório de Análises Laboratoriais Forenses, em Campo Grande, onde serão periciados. O caso só deve ser concluído quando os laudos periciais estiverem prontos e, após a realização de novas diligências, uma vez que não está descartado o envolvimento de outras pessoas no crime. Não há informação de como a jovem foi morta, antes de ter o corpo queimado. 

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