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Interior

Após tensão em quartel, oficiais vão às ruas em dia de aquartelamento

Diretor de associação diz que recebeu ameaça de prisão; comandante do 3º BPM diz que reivindicação é justa, mas população não pode ser prejudicada

Helio de Freitas, de Dourados | 01/09/2017 11:03
Policiais em frente ao 3º Batalhão da PM em Dourados (Foto: Direto das Ruas)
Policiais em frente ao 3º Batalhão da PM em Dourados (Foto: Direto das Ruas)

Com pelo menos 70% do efetivo participando do aquartelamento desta sexta-feira (1º), oficiais da Polícia Militar foram para as ruas para reforçar o policiamento em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Policiais que aderiram ao protesto por reajuste salarial se concentraram no portão no 3º Batalhão, na Vila Industrial, e houve princípio de tensão entre os manifestantes e o comandante da PM em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva.

Segundo o diretor da ACS (Associação de Cabos e Soldados) Aparecido Lima, policiais que trabalham nos distritos foram convocados para trabalhar em Dourados.

Ele afirma ter sido foi ameaçado de prisão pelo comandante do batalhão. Vídeo abaixo enviado por representantes da associação mostra um bate-boca entre Carlos Silva e os manifestantes. “Isso faz parte da democracia”, afirmou o tenente-coronel ao Campo Grande News.

“A ordem [de prisão] partiu do governo. Só os oficiais estão nas ruas. O comando abandonou os distritos e parece que só Dourados merece policiamento”, afirmou Aparecido Lima.

O comandante da PM em Dourados afirma que o policiamento está sendo feito normalmente, mesmo com o aquartelamento. “As equipes do serviço rotineiro estão nas ruas normalmente e ainda temos equipes extras. Serviço normal em Dourados, atendimento do 190 normal, policiamento ostensivo e repressivo normal”.

Sobre a ameaça de prisão do diretor da ACS, Carlos Silva afirmou que nem viu Aparecido Lima nesta sexta-feira. O tenente-coronel disse que o movimento dos policiais é justo, mas não pode prejudicar a população. “Somos a última barreira de proteção à população e não podemos permitir que as pessoas fiquem expostas como já ocorreu em outros estados”.

Aparecido Lima disse que o governo apresentou proposta de 2,96% de reajuste aos policiais militares, mas deu 7% aos policiais civis. “Por que essa diferença? O policial militar tem os mesmos direitos, corre os mesmos riscos ou até mais que o policial civil”, afirmou.

De acordo com o presidente da ACS, Edmar Soares da Silva, o aquartelamento será de 24 horas. “O objetivo maior é protestar contra governo”.

O secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, disse hoje que o governo monitora o movimento e mantém diálogo aberto. “Estamos acompanhando e espero que tenham bom senso”.

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