Bandido que planejou morte de Rafaat pagaria R$ 2 mi para fugir da cadeia
Site de notícias carioca revelou hoje que Galã planejava sair pela porta da frente de Bangu I, onde está preso há dois anos
Traficante internacional acusado de planejar o ataque cinematográfico para executar o chefão da fronteira Jorge Rafaat Toumani, pagaria R$ 2 milhões para fugir pela porta da frente do presídio de Bangu I, no Rio de Janeiro.
Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, homem forte da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), desapareceu da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul após o atentado que matou Rafaat a tiros de metralhadora calibre 50, no dia 15 de junho de 2016. Em 17 de fevereiro de 2018, ele foi preso por agentes da Polícia Civil quando fazia tatuagem na perna direita, na praia de Ipanema. Desde então está preso em Bangu I.
O suposto plano para resgatar um dos maiores traficantes da América do Sul foi denunciado à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) fluminense, segundo o site de notícias Informeagora. Galã pagaria R$ 2 milhões para fugir pela porta da frente do presídio, conforme o site carioca.
Por causa do suposto plano de fuga, a Seap pediu à Justiça a transferência de Galã para um presídio federal fora do Rio de Janeiro. Em dezembro passado, ainda segundo o Informeagora, a Vara de Execuções Penais autorizou a transferência dele para unidade a ser indicada pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional).
A decisão foi por Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde está preso, desde dezembro de 2018, o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, apontado como um dos maiores traficantes da fronteira e antigo aliado do PCC.
Pavão foi acusado pela polícia paraguaia de participar da trama para matar Rafaat, de quem tinha sido sócio. Ele nega a acusação. Quando ainda estava preso no Paraguai, Pavão disse que um mês antes de ser morto, Rafaat o visitou na prisão.
Galã é citado pela Justiça carioca como um dos principais fornecedores de drogas e armas do Paraguai para as maiores organizações criminosas do Brasil, o Comando Vermelho e o PCC. É classificado por agências de inteligência do Rio de Janeiro como nível de altíssima periculosidade e com liderança sobre os demais presos de Bangu I.
Conforme o site carioca, relatório da Divisão de Inteligência do Ministério Público afirma que o criminoso possui “modus operandi bastante violento”. De grande capacidade de articulação e arregimentação de pessoas, tem “grande prestigio” entre as organizações criminosas que atuam no território brasileiro. Não há informação se ele já foi levado para o presídio de Mossoró.
Em agosto do ano passado, Galã foi condenado pela Justiça Federal em Ponta Porã (MS) a 19 anos de prisão por integrar organização criminosa. Na denúncia que levou à sentença, o MPF (Ministério Público Federal) afirmou que Elton Leonel vive do crime desde os 20 anos, sem nunca ter comprovado qualquer atividade laboral ou empresarial lícita.