Boatos se confirmam e relatórios pedem absolvição de dois vereadores
Comissões processantes afirmam que Pedro Pepa e Pastor Cirilo Ramão, denunciados na Operação Cifra Negra, são inocentes
Os boatos de bastidores indicando uma “operação abafa” para salvar o mandato dos três vereadores denunciados no âmbito da Operação Cifra Negra começam a se concretizar em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
Relatórios entregues nesta terça-feira (14) à Mesa Diretora da Câmara pelas comissões processantes instaladas em fevereiro e aos quais o Campo Grande News teve acesso pedem a absolvição de Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB) por falta de provas da suposta quebra de decoro e a manutenção dos mandatos. A decisão final será tomada em plenário, em data ainda a ser definida pelo presidente da Casa Alan Guedes (DEM).
Pastor - “Analisando denúncia, as provas produzidas, assim como a defesa do denunciado, tenho que os apontamentos dos atos supostamente praticados pelo denunciado, lastreado de motivações fáticas que para tanto se passará a aduzir, entendo que não há provas suficientes para embasar uma decisão de cassação de mandato”, afirma o relator Junior Rodrigues (PR) sobre o vereador Cirilo Ramão.
O parecer do relator foi acolhido pelo presidente da comissão processante, Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PR), mas teve voto divergente do terceiro integrante, Silas Zanata (PPS), que apontou indícios de práticas indevidas por parte do vereador denunciado.
Pedro Pepa – Sobre Pedro Pepa, o relator Janio Miguel (PR) repete os mesmos termos do parecer anterior e diz não ter visto provas suficientes que justifiquem a cassação de mandato. “Os fatos denunciados ainda não oferecem subsídios para a Câmara decretar a perda de mandato”, afirma Miguel.
O relatório teve o voto favorável do presidente da comissão, Carlito do Gás (Patriota), mas recebeu voto divergente do terceiro integrante, Olavo Sul (Patriota). Para Olavo Sul, a conduta de Pedro Pepa foi incompatível com o decoro parlamentar.
Pastor Cirilo e Pedro Pepa foram denunciados pelo Ministério Público acusados de fazer parte de um esquema criminoso de cobrança de propina de empresas de tecnologia contratadas a preços superfaturados através de licitações fraudulentas.
O ex-presidente da Câmara Idenor Machado (PSDB), apontado como um dos chefes do esquema, também enfrenta processo de cassação por quebra de decoro, mas o relatório da comissão processante contra ele ainda não foi entregue. O prazo vence no dia 19 deste mês.