Com cheia no Pantanal, produtores querem prorrogação do prazo para vacinar gado
Além de pedir para aumentar o prazo da vacinação, os produtores da região pedem crédito especial para cobrir os prejuízos
A Prefeitura de Corumbá – a 419 km da Capital – decretou situação de emergência por 180 dias em áreas atingidas pela inundação do rio Paraguai. Agora, o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Leite, pede para a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e ao governo do Estado pedindo prorrogação de 180 dias para a campanha de vacinação do rebanho na planície pantaneira.
“Ás aguas do Norte (Cáceres, Mato Grosso) ainda não chegaram à planície e ainda teremos um longo período de grande cheia no baixo Pantanal, em Corumbá. Ainda tem muita no Paiaguás (Norte de Corumbá) e as regiões da Nhecolândia e Abobral ainda sofrerão um repiquete do Rio Paraguai, em junho, aumentando a extensão das inundações e as dificuldades de acesso”, explicou o presidente.
Além disso, os produtores pedem ampliação do prazo para pagamento de créditos de custeio e financiamento. Laudo técnico da Embrapa Pantanal prevê mais de R$ 5 milhões de prejuízos com a retirada do gado das áreas inundadas do Pantanal.
O presidente do sindicato explica que os produtores devem sentir os efeitos da inundação até 2019, em razão da influência no score corporal das vacas de cria em um rebanho de 2,3 milhões de cabeças. “Esses animais, por serem retirados dessas áreas mais baixas, vão diminuir seu score corporal. Consequentemente, vão diminuir a produção de bezerros de maio de 2019 (da próxima estação de parição)”, observou.
O documento da Embrapa recomenda ao pantaneiro planejar o arrendamento de pastagens ou a venda dos animais para minimizar os prejuízos, priorizar a saída de vacas com cria ao pé e oferecer suporte de transporte aos bezerros com tratores ou carretas.
Conforme o presidente do sindicato, grande parte do gado já foi retirada sem perdas. A movimentação de animais ocorre agora nos pantanais do Jacadigo e do Nabileque, onde a cheia chega com maior intensidade. A régua de Ladário, considerada referência no comportamento hidrológico do Pantanal, registra nível do Rio Paraguai em 5,45 metros. Previsões indicam que o pico do rio chegará a 5,80 metros.