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Interior

Contra vírus, prefeitos querem parar ônibus intermunicipal

Proposta foi definida em reunião nesta tarde em Dourados e será levada ao Governo do Estado

Helio de Freitas, de Dourados | 24/05/2021 17:41
Hélio Peluffo (1º à dir.), Alan Guedes, Rhaiza Matos e secretário de Nova Andradina (Foto: Divulgação)
Hélio Peluffo (1º à dir.), Alan Guedes, Rhaiza Matos e secretário de Nova Andradina (Foto: Divulgação)

Os prefeitos das quatro principais cidades da macrorregião de Dourados (formada por 33 municípios) querem suspender o transporte intermunicipal no feriado de Corpus Christi, no dia 3 de junho, para tentar frear o contágio da covi-19. Será a última tentativa para evitar o “fecha tudo”.

Na tarde desta segunda-feira (24), o prefeito Alan Guedes (PP) discutiu o assunto em seu gabinete em Dourados os prefeitos de Ponta Porã Hélio Peluffo (PSDB) e Rhaiza Matos (PSDB) e com o secretário de Saúde de Nova Andradina Sérgio Maximiano.

Com quase 900 mil habitantes, a macrorregião está com o sistema de saúde em colapso por causa da pandemia. Só em Dourados são 161 pacientes internados, sendo 77 deles em leitos de UTI e fila de espera de 41 pacientes com quadro grave (atualizada ontem).

Além de pedir a suspensão do transporte intermunicipal para dificultar o deslocamento de moradores entre as cidades no feriadão, os quatro municípios vão pedir em conjunto o aumento dos leitos de UTI em Ponta Porã.

“Estamos passando pelo pior momento da pandemia e se a gente não tomar decisão drástica em conjunto, vamos empilhar corpos dentro de algumas semanas. A vacina ainda não é suficiente, não temos leitos, os profissionais estão cansados. Se não tiver a colaboração da população, teremos de fazer o que nós prefeitos não queremos que é o lockdown”, afirmou Hélio Peluffo.

Segundo ele, os números mostram que o aumento dos casos ocorre sempre depois dos feriados. “Isso que estamos vivendo agora é reflexo do Dia das Mães. Teremos em breve outro feriado prolongado. Ou a população nos ajuda ou teremos decisões amargas. Ou se morre da doença ou se morre de fome porque não vai estar trabalhando”.

Colapso - “Não temos mais estrutura para aumentar a capacidade. Já aumentamos leitos de UTI e leitos clínicos. Quando nossa capacidade chega ao limite, a gente corre para Dourados, para Ponta Porã ou para Nova Andradina. Precisamos da colaboração das pessoas para que o lockdown não seja necessário”, disse Rhaiza Matos.

Sérgio Maximiliano disse que em Nova Andradina a situação não é diferente das outras maiores cidades da macrorregião. Segundo ele, atualmente é registrado número bem maior de pessoas infectadas que ficam com quadro grave da doença.

“Na nossa cidade, o número de óbitos neste ano já é igual ao número de mortes no ano passado. Já começam a faltar medicamentos e pessoas estão sendo intubadas em leitos clínicos. Agora são pacientes muito jovens, hoje temos um intubado de 17 anos e sem comorbidades”, afirmou.

Festa com 600 – O prefeito de Dourados Alan Guedes disse que se não bastassem os problemas enfrentados pelas quatro cidades, ainda tem a fronteira seca com o Paraguai como agravante. “Neste fim de semana teve festa com 600 pessoas em Pedro Juan Caballero, muitos brasileiros, de Ponta Porã, de Dourados”.

Segundo ele, na macrorregião não adianta apenas uma cidade tomar medida drástica como o lockdown e a decisão não ser seguida pelas outras. “Precisamos de medidas regionalizadas, por isso vamos pedir a suspensão do transporte intermunicipal e sugerir outras ações ao Governo do Estado”, declarou Alan Guedes.

“Queremos frear o contágio sem precisar adotar lockdown que seria a medida mais dura”, afirmou. Segundo ele, Dourados está perto de atingir a capacidade de expansão de leitos, mas em Ponta Porã ainda é possível abrir novas vagas de UTI, por isso o pedido será levado ao Governo, para fornecimento de equipamentos e ajuda no custeio.

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