Dono de contratos milionários sob suspeita, 3º empresário alvo do Gaeco sumiu
Os empresários Roberto Valençuela e “Frescura”, além do servidor Tiago Basso, foram presos
Dono de contratos milionários e suspeitos com a Prefeitura de Sidrolândia, o empresário Ricardo Rocamora, um dos alvos da segunda fase da Operação Tromper, nesta sexta-feira (21), está foragido. Nesta manhã, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizados) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi às ruas de Sidrolândia para cumprir quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão.
Foram presos preventivamente (por tempo indeterminado) os empresários Roberto Valençuela e Ueverton Macedo, conhecido como “Frescura”, além do servidor público do setor de compras e licitações da Prefeitura de Sidrolândia, Tiago Basso.
Eles são suspeitos de integrarem um esquema de sonegação fiscal, peculato, associação criminosa e fraudes em licitações na administração municipal que favoreceram as empresas Rocamora Serviços de Escritórios, 3M produtos, R&C Comércio Serviços e Manutenção Ltda., e Evertom Lucero.
As quatro empresas já receberam um total de R$ 13.727.781,70 da administração passa e da atual gestão de Sidrolândia, conforme divulgado no portal da transparência.
A pedido do MPC (Ministério Público de Contas), o TCE (Tribunal de Contas do Estado) também está fazendo varredura nos contratos. O procurador do MPC, João Antônio de Oliveira Martins, formalizou pedido de avaliação prévia, em 24 de maio, logo após a primeira fase da Tromper.
À época, o procurado demonstrou surpresa pela quantidade de serviço prestados pela Rocamora Serviços de Escritórios. “Pasmem, senhores, uma das empresas [Rocamora], aberta em 2019, com capital social de R$ 100 mil, tem amplíssimo rol de atividades”.
A empresa tem como atividade principal a venda de equipamentos de informática, mas, no ramo secundário, está listada em outras 86, comercializando doces, artigos de cama, mesa e banho e até oferecendo construção de edifícios e imunização de pragas.
Martins disse que a empresa fez atas para contratar empresas no serviço de lavagem de veículos, manutenção de ar-condicionado e que a Rocamora tem participado de procedimentos administrativos que podem alcançar R$ 1,7 milhão.
A operação - Nesta sexta-feira, casas dos investigados foram vasculhadas e a sede da Prefeitura também. Agentes fizeram apreensões de documentos em vários setores. Por causa das buscas, servidores que chegaram para trabalhar voltaram para casa, conforme apurou a reportagem.
As prisões foram feitas nas residências dos três suspeitos. Eles foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia. Nesta tarde, foram transferidos para o Petran (Presídio de Trânsito), no Complexo Penal de Campo Grande.
A Rocamora e a 3M funcionam no mesmo endereço, no cruzamento das ruas Paraná e Nioaque, na região central da cidade. A reportagem foi ao local.
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