Em reunião, consenso é por reforço na segurança em área de conflito indígena
Um novo encontro ficou agenda para o final de novembro, quando devem ser traçadas formas de atuação de forças de segurança, principalmente, dentro das próprias aldeias
O consenso de que a única solução para os recentes conflitos entre indígenas e sitiantes em Dourados - cidade a 233 km de Campo Grande-, é o reforço na segurança, principalmente nas aldeias, marcou as 02h30 de reunião, conduzida pelo procurador da República Marco Antônio Delfino de Almeida, com representantes da Funai, produtores rurais e da prefeitura do município, esta noite (30).
Um novo encontro foi agendado para o próximo dia 21 de novembro, quando será traçado um modo de atuação dos órgãos de segurança nas aldeias indígenas da região. Ainda conforme o advogado do Sindicato Rural de Dourados, Joderly Dias do Prado Junior, também ficou estabelecido que os órgãos de segurança atuem para apaziguar possíveis novos conflitos entre indígenas e produtores rurais ou sob a iminência de novas invasões.
“Concluiu-se a necessidade de ações estruturantes pelo poder público, principalmente pelo Município de Dourados, no interior das aldeias, atendendo às necessidades dos indígenas”, pontuou Joderly.
Além de representantes do próprio sindicato, estiveram presentes no encontro a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Dourados, servidores do município, SEMAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade), SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Governo Estadual, a Polícia Federal, a Polícia Militar, a Polícia Civil e Guarda Municipal de Dourados.
Confrontos - Os índios denunciam pelo menos dois ataques armados feitos por seguranças dos proprietários de sítios localizados na região norte do município, ao lado da aldeia Bororó. Segundo eles, usando munição não letal e algumas vezes bala de verdade, os seguranças disparam em direção aos grupos e não poupam nem crianças. Eles reivindicam a posse de áreas nos arredores da reserva indígena de Dourados, criada em 1917.
Cinco sítios também nos arredores da reserva de Dourados estão ocupados por índios desde março de 2016. Já os sitiantes acusam os índios de espalhar o terror entre os proprietários e muitos já abandonaram as terras temendo violência.
Segundo eles, os seguranças foram contratados para garantir proteção às famílias que permanecem nos sítios. Os índios negam os ataques às residências e dizem que são eles as vítimas de seguranças armados.