Enfermeiro nega, mas primo afirma que ele era conhecido por fazer abortos
Jodimar mantém versão de que não conhecia Hugleice e Marielly e jamais faria um aborto
O enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos e o primo William Ximenes Pinheiro, divergiram em suas versões durante depoimento no julgamento sobre a morte de Marielly Barbosa Rodrigues que acontece nesta quinta-feira (15), em Sidrolândia, cidade a 71 quilômetros de Campo Grande.
Ao sentar para dar sua versão dos fatos, Jodimar se limitou a dizer que nunca cometeu o crime contra Marielly. Com respostas vagas e confusas, o enfermeiro alega que não conhecia nenhum dos envolvidos e tudo o que foi encontrado na casa onde ele ainda iria morar era usado para fazer trabalhos de manicure, pedicure e massagem.
Quando foi questionado sobre o porquê estava sendo acusado pelo crime, o acusado afirmou não saber o motivo. Além disso, disse que os medicamentos encontrados eram usados por ele para tratar diabetes.
Já no momento em que foram citadas as manchas de sangue encontradas na maca que estava na casa do enfermeiro, ele mudou de assunto e começou a dizer que foi torturado na delegacia.
Em sua fala, o advogado do enfermeiro, David Olindo, chegou a dizer que o sangue encontrado passou por exame e ficou constatado não se tratar de sangue humano.
“Me fizeram andar pelado, me bateram na cela, lembro do delegado me batendo na cara e me chamando de viado. Me agrediram física e moralmente. Só me batiam, me batiam e me batiam”, declarou Jodimar.
Em seguida, ele respondeu à pergunta do juiz Claudio Pareja e alegou que nunca morou na casa onde as macas foram encontradas. Segundo Jodimar, as coisas estavam na residência enquanto ele esperava o local esvaziar para que ele se mudasse. Sobre cometer abortos, ele se limitou a dizer “desconheço e jamais faria”.
No entanto, pouco antes o primo do acusado deu uma versão diferente sobre a atividade. Na versão de William, Jodimar era conhecido na cidade por fazer abortos e, inclusive, ele teria um amigo que procurou o enfermeiro para a prática proibida por lei.
“Um amigo meu queria falar com ele sobre isso ai. O Jodimar falou para ele ir lá falar com ele, mas deu tudo errado e eles não conseguiram conversar. Todo mundo conhece ele aqui na cidade e sabe o que ele faz”, afirmou William.