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Interior

Entidade avalia incluir morte de jornalista em programa que apura homicídios

Lourenço Veras, o Leo, de 52 anos, foi assassinado na noite de quarta-feira em Pedro Juan Caballero, na divisa com Ponta Porã

Gabriel Neris | 13/02/2020 16:19
Jornalista Leo Veras em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record (Foto: Reprodução)
Jornalista Leo Veras em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record (Foto: Reprodução)

As principais entidades de jornalismo do País lamentaram a execução do jornalista Lourenço Veras, o Leo, de 52 anos, na noite de quarta-feira (13), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, divisa com Ponta Porã, distantes 323 km de Campo Grande. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) estuda acrescentar o caso no Programa Tim Lopes, que apura assassinatos de jornalistas e comunicadores no exercício da profissão.

De acordo com a entidade, atualmente o programa está apurando as mortes dos radialistas Jefferson Pureza, em Goiás, e de Jairo de Souza, no Pará.

No programa, a Abraji coordena viagem de seis repórteres de diferentes jornais para o local do crime. Além de cobrir a morte, os profissionais apresentam os fatos e reportagens que levam ao homicídio. O nome do programa é uma homenagem ao repórter Tim Lopes, da TV Globo, assassinado em 2002 quando fazia uma reportagem no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Léo Veras, responsável pelo site Porã News, foi morto com 12 tiros de pistola 9 milímetros na cidade paraguaia. No comunicado, a Abraji cobra agilidade das autoridades para esclarecimento do crime. “Todo assassinato de jornalista é uma tentativa de calar o mensageiro, comprometendo a liberdade de imprensa”, diz trecho da nota.

“A Abraji se solidariza com a família, os colegas de profissão e os amigos do jornalista. E reitera a necessidade de autoridades acompanharem, com rigor, ameaças a jornalistas e comunicadores. É dever do Estado prover todos os meios possíveis para garantir a segurança dos profissionais de imprensa”, completa.

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) diz que soma-se aos sindicados dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul, da Grande Dourados e também do Paraguai. “As investigações sobre seu assassinato levam em consideração as ameaças frequentes, que indicam o exercício profissional do jornalismo como motivação do crime”, diz em nota.

“A violência contra jornalistas atinge a categoria e toda a sociedade. Os profissionais são diretamente atingidos, mas a liberdade de imprensa, garantidora do direito à informação, fica ameaçada. Sem Jornalismo não há democracia”, completa a Fenaj.

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