Familiares acusam HU de recusar pacientes com suspeita de gripe suína
Pessoas levadas para o Hospital da Vida com suspeita de H1N1 aguardam na fila por internação no Hospital Universitário
Pacientes com suspeita de gripe transmitida pelo vírus H1N1 estão sendo recusados no HU (Hospital Universitário) de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. A denúncia foi feita nesta segunda-feira (30) ao Campo Grande News por familiares de pessoas que estão internadas no Hospital da Vida, aguardando uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A mulher de um homem levado ao Hospital da Vida na sexta-feira com quadro grave de pneumonia e suspeita de H1N1 disse à reportagem que por 11 vezes nos últimos três dias o HU teria se recusado a arrumar uma vaga na UTI para internar o paciente. Ela pediu para não ter seu nome divulgado.
Na tarde desta segunda-feira o município de Dourados conseguiu providenciar uma vaga na UTI do Hospital Evangélico, que é particular. O homem foi levado do Hospital da Vida para o Evangélico em uma ambulância do Samu (Serviço Móvel de Urgência).
Pessoas que estão no Hospital da Vida acompanhando parentes internados confirmam que a mesma situação tem acontecido com eles: o HU recusa receber os doentes.
Apesar de ter dez leitos de UTI e ser o maior hospital a atender pacientes pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o Hospital da Vida não é especializado para internar pessoas com suspeita de gripe ou outra doença infecciosa. A unidade de referência para esse tipo de atendimento é o HU, onde até a manhã desta segunda-feira 13 pessoas estavam internadas com suspeita de H1N1, sendo dois confirmados.
O secretário de Saúde de Dourados, Sebastião Nogueira, disse que o HU não pode recusar pacientes. Ele prometeu tomar medidas para apurar o caso e adotar providências, caso a recusa tenha ocorrido.
Outro lado – Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o HU informou que as solicitações de internação de pacientes com quadro suspeito ou confirmado de Influenza estão sendo aceitas “à medida em que as vagas são disponibilizadas”.
“Existe uma Central de Regulação no município, que é o órgão responsável por organizar os pedidos de vagas na rede pública, e a essa Central, várias vezes ao dia é encaminhado o mapa de leitos do HU-UFGD, como forma de garantir a transparência da disponibilidade de vagas”, afirma a assessoria.
O hospital informou que os casos vêm aumentando e que a rede pública de saúde está “se esforçando ao extremo” para atender toda a demanda de Dourados e da região.
“O HU-UFGD, como referência regional em doenças infectocontagiosas, possui dez leitos de isolamento respiratório, divididos da seguinte maneira: dois leitos de enfermaria para adultos, três leitos de UTI para adultos, dois leitos de UTI pediátrica, um leito de UTI Neonatal e dois leitos de enfermaria pediátrica. Hoje (30), todos esses leitos estão ocupados, mas o hospital tem feito adaptações para receber o maior número de pacientes possível”, afirma o hospital.