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Geraldo rejeita antecipar voto contra reforma e protesto continua

Deputado disse que “se for vontade da maioria” apoia retirada do projeto enviado pelo governo, defendeu mudanças na proposta, mas acha que Previdência quebra se sistema não mudar

Helio de Freitas, de Dourados | 17/03/2017 11:34
Geraldo Resende cercado por manifestantes no acampamento em frente a seu escritório (Foto: Helio de Freitas)
Geraldo Resende cercado por manifestantes no acampamento em frente a seu escritório (Foto: Helio de Freitas)

Apesar da pressão dos manifestantes que há dois dias estão acampados em frente a seu escritório político, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) rejeitou assumir compromisso de votar contra a reforma da Previdência. Na manhã de hoje (17), ele se reuniu com pelo menos 150 pessoas no meio da rua, onde o acampamento está montado no Centro de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Durante uma hora de conversa, cercado pelos manifestantes – a maioria professores e sindicalistas de outros setores do serviço público –, o parlamentar ouviu pedidos para declarar voto contrário à proposta do governo Michel Temer, mas reafirmou considerar a reforma necessária para evitar a falência do sistema previdenciário atual.

“O senhor já votou a favor da PEC 241 [que criou um teto para os gastos públicos]. Estamos acampados aqui para que o senhor vote contra a reforma da Previdência”, pediu a professora Ana Paula.

“Vocês me pediram aqui hoje para sepultar a reforma da Previdência, mas isso não me compete, é uma prerrogativa da Câmara. Eu compreendo a necessidade de reformas da Previdência, tributária e trabalhista. Mas reafirmo que vários pontos desse projeto não terão meu voto”, afirmou Geraldo. Entre os pontos que se declarou contrário está o tempo de contribuição de 49 anos.

Vai quebrar – Estudantes presentes na reunião manifestaram preocupação com a falta de emprego quando saírem da faculdade, já que os atuais trabalhadores vão demorar mais para se aposentar se a proposta do governo for aprovada. “Se nenhuma reforma for feita não teremos no futuro como ter Previdência pública, nem saúde nem educação de qualidade”, respondeu o deputado.

Gleice Jane Barbosa, presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) e uma das líderes do acampamento, repetiu a Geraldo Resende que os sindicalistas vão de porta em porta falar dos impactos contra os trabalhadores se a reforma receber o voto favorável dele. “Tem eleitor do senhor assustado e não quer nem sonhar que o senhor vai fazer isso”.

CPI – Os manifestantes cobraram de Geraldo apoio à criação de uma CPI para apurar o suposto rombo da Previdência, apontado pelo governo como motivo para a reforma. Segundo eles, estudos já feitos comprovam o contrário.

“Por que votar a reforma da Previdência antes da CPI, antes de uma auditoria. Qual a necessidade dessa urgência?”, questionou Gleice. “Se for a vontade da maioria retirar o projeto, vai ter meu voto”, respondeu o deputado tucano.

Resende chegou a ser vaiado quando criticou, sem citar nomes, os 13 anos do PT no comando do país e responsabilizou os governantes do partido pela atual crise nacional.

Ronaldo Ferreira, presidente do Comitê de Defesa Popular, disse que o acampamento vai ser mantido em frente ao escritório de Geraldo Resende, na Rua Nelson de Araújo, pelo menos até amanhã, como já estava previsto.

Manifestantes continuam acampados em frente ao escritório de deputado (Foto: Helio de Freitas)
Manifestantes continuam acampados em frente ao escritório de deputado (Foto: Helio de Freitas)
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