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Interior

Governo federal envia representante em "busca de paz" após confronto

“Um incidente como esse tem repercussão internacional. A quem interessa isso? Tentar denegrir o Brasil”, diz representante federal

Aline dos Santos | 06/01/2020 09:35
Presidente em exercício da Funai e secretário do Ministério da Agricultura participam de reunião em Dourados. (Foto: Adilson Domingos)
Presidente em exercício da Funai e secretário do Ministério da Agricultura participam de reunião em Dourados. (Foto: Adilson Domingos)

Seguindo a crônica anunciada de grandes reuniões de autoridades a cada conflito indígena regado a sangue em Mato Grosso do Sul, representantes do governo federal participam de encontro, na manhã desta segunda-feira (dia 6), no parque de exposição de Dourados, município palco do mais recente episódio de disputa fundiária.

De acordo com o secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, índios e não índios são cidadãos brasileiros e todos têm direitos, mas invasão é crime.

“Em qualquer circunstância, invasão é crime e nós não podemos, como governantes, aceitar que o Brasil passe por situação dessa. Um incidente como esse tem repercussão internacional. A quem interessa isso? Tentar denegrir o Brasil, criar hostilidade entre índios e não índios. O nosso objetivo institucional é fazer com que paz prevaleça, que o respeito à propriedade prevaleça”, afirma.

Ainda segundo ele, o governo federal não vai aceitar que essa situação perdure. “As pessoas precisam entender que ninguém tem direito a invadir propriedades alheias. A presidência da Funai [Fundação Nacional do Índio] veio de Brasília e irá fazer visita aos índios”, diz Nabhan Garcia.

Presidente em exercício da Funai, o delegado Alcir Amaral Teixeira afirma que é preciso procurar solução para o conflito. “Nós temos que procurar uma solução para que haja paz e harmonia entre índios e não índios”, afirma. Também participa da reunião o secretário adjunto da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Ary Carlos Barbosa, e produtores rurais.

Tiros e feridos - A área de conflito fica entre o anel viário e a Avenida Guaicurus, na região Oeste do município de Dourados. Grupos indígenas vindos de várias partes de Mato Grosso do Sul estão acampados nos arredores dos sítios desde outubro de 2018. Eles reivindicam a inclusão das terras na reserva de Dourados, criada em 1917.

Na última sexta-feira (dia 3), os índios teriam feito outra tentativa de invasão e houve confronto com seguranças particulares contratados pelos sitiantes. Policiais militares e equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) foram para o local após a troca de tiros. Um índio e um segurança foram baleados. (Colaborou Adilson Domingos)

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