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Interior

Hospital de Corumbá enfrenta denúncias recorrentes por falta de estrutura

Aline dos Santos | 31/05/2012 17:50

No local, PF apreendeu documentos durante a operação Decoada

Diretor de hospital de Corumbá foi afastado do cargo.
Diretor de hospital de Corumbá foi afastado do cargo.

O Hospital de Caridade de Corumbá, um dos locais em que a PF (Polícia Federal) apreendeu documentos durante a operação Decoada, já foi denunciado diversas vezes por caos no atendimento. Nesta semana, o médico Tiago André Andrade de Oliveira Bueno relatou as dificuldades na Câmara Municipal. O hospital é administrado pela prefeitura.

Conforme o Capital do Pantanal, o médico afirmou que as cirurgias estão suspensas por falta de material e medicamentos, com o corpo clínico sofrendo pressão há mais de seis meses. “Nós médicos não estamos recusando a operar, mas o hospital não dá esta condição, infelizmente. É uma pouca vergonha”, reclamou.

O profissional disse que já enviou dezenas de comunicados internos à direção do hospital relatando a situação precária nos serviços prestados à população. Tiago informou aos vereadores que vinha atendendo, em média, de 100 a 80 procedimentos mensais. Porém, diante da situação caótica relatada, sua produção caiu pela metade.

O hospital, segundo o médico, não aceitou proposta do corpo cirúrgico de reajuste da tabela de serviços, defasada há mais de dez anos, mesmo que o novo percentual representasse acréscimo de apenas R$ 30 mil no geral na folha de pagamento.

No ano passado, o diretor Victor Salomão Paiva, que foi afastado do cargo pela Justiça, mandou pacientes do Cassems buscar ajuda em Campo Grande e na Suíça. A reportagem do Campo Grande News tentou, sem sucesso, falar com a direção do hospital. No local, a informação é que o funcionamento foi normal nesta quinta-feira.

Fraudes - A operação Decoada apura desvio de dinheiro público e direcionamento de licitações. A investigação contou com escutas telefônicas e análises de documentos.

Os policiais passaram nove horas na prefeitura de Corumbá. O local permaneceu fechado. Eles também apreenderam documentos e empresas, além da prefeitura de Ladário. Ao todo, foram quatro mandados de prisão temporária (válidos por cinco dias), 36 mandados de busca e apreensão e 28 de condução coercitiva.

Em Corumbá, foram presos o secretário de Finanças e Administração, Daniel Martins Costa; o ex-presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rodolfo Assef Vieira, que deixou o cargo para disputar as eleições; e a servidora Camila Campos Carvalho Faro. Em Campo Grande, foi preso o assessor de gabinete Carlos Porto.

O secretário de Finanças e Porto também foram afastados de suas funções. A lista dos afastamentos ainda inclui o secretário municipal de Saúde, Lauther Serra; diretor da Junta Interventora do Hospital de Caridade, Vitor Salomão Paiva; e os servidores Osana de Lucca, Márcio Androlage Chaves e Maria Vitória da Silva.

De acordo com o delegado, as prisões e afastamentos foram por indícios de participação no esquema para lesar os cofres públicos. Ainda não foi determinado o tamanho do prejuízo, contudo, as fraudes envolvem milhões de reais em recursos federais.

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