Identificados dois membros do PCC mortos em confronto com policiais
Polícia investiga ligação da quadrilha com execuções ocorridas na Linha Internacional
Os bandidos do PCC (Primeiro Comando da Capital) mortos em confronto com policiais ente a noite de ontem (11) e a madrugada desta terça-feira eram suspeitos de participação em execuções ocorridas nos últimos meses na Linha Internacional entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. A fronteira enfrenta nova guerra entre a facção brasileira e quadrilhas locais pelo controle do tráfico de drogas e de armas.
Eles estavam em uma casa no bairro Julia Cardinal, em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. O “QG” ficava em ponto estratégico, na saída para Dourados, a poucos metros do território paraguaio e perto de uma mata.
Dos oito abatidos, até agora apenas dois foram identificados – os paraguaios Edson Prieto Davalos, de 27 anos, e Oscar Ruben Cardozo Delvalle, 32. Equipes da perícia tentam identificar os demais. Documentos foram encontrados na casa, mas existe suspeita de que sejam falsos.
Conforme a Polícia Civil, a organização estaria envolvida em dois recentes homicídios na região do distrito de Sanga Puitã e nas proximidades da linha internacional. Os dois fuzis, pelo menos cinco pistolas e um revólver encontrados com os bandidos mortos serão periciados, na tentativa de encontrar ligação com as mortes.
O confronto – Segundo a Polícia Civil, o “QG” do PCC foi descoberto durante por policiais civis do Setor de Investigações Gerais da Delegacia de Ponta Porã e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Sequestro).
Na casa, as equipes constataram intensa movimentação de pessoas ligadas à facção, bem como homens armados. As investigações apontaram que o local servia de esconderijo para armamento de grosso calibre, segundo a polícia.
Recebidos a tiros, os policiais revidaram e seis homens foram atingidos. Todos foram socorridos ao Hospital Regional de Ponta Porã, mas morreram em consequência dos ferimentos. Dois suspeitos conseguiram fugir, mas também morreram em confronto com policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e do Bope da Polícia Militar.
Bonitão – Além das execuções, a quadrilha abatida pela polícia é suspeita de participar da tentativa fracassada de resgatar o atual chefe do PCC na fronteira, Giovanni Barbosa da Silva, 29, o “Bonitão”, na madrugada de domingo (10).
Procurado no Brasil por tráfico de drogas e de armas, “Bonitão” tinha sido preso no sábado à noite, em Pedro Juan Caballero, e levado para a sede do setor de investigações da Polícia Nacional. Horas depois a quadrilha dele tentaram resgatá-lo. A troca de tiros durou pelo menos uma hora. Um morador que passava pelo local foi atingido e está na UTI em Pedro Juan. Ele levou um tiro na coluna e ficou paraplégico.
Giovanni foi expulso do Paraguai por ordem do presidente Mario Abdo Benítez e ainda no domingo foi entregue a policiais federais brasileiros, na Ponte da Amizade, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (PR).