Indícios apontam que morte de jornalista tem ligação com profissão
O delegado responsável pela investigação explica que existem várias hipóteses para o motivo do assassinato de Rocaro, no entanto, por enquanto, o mais forte está ligado com o exercício do jornalismo
Dez dias após a morte de Paulo Rocaro, de 51 anos, a Polícia Civil já tem uma suspeita ‘mais forte’ sobre o motivo do assassinato do jornalista. “Está ligado ao exercício da profissão”, afirma o delegado responsável pelas investigações, Odorico Ribeiro de Mendonça.
O delegado explica que estão em investigação várias hipóteses para o motivo do crime, no entanto, os indícios levam a crer que Rocaro morreu devido às notícias que escrevia. “Está se solidificando ainda mais o motivo”, diz Odorico.
“Existem várias hipóteses, mas estão se reduzindo”. Entre os indícios aos quais o delegado se refere estão informações passadas por familiares, amigos e colegas de profissão.
Segundo o policial, 10 pessoas já foram ouvidas e mais devem prestar depoimento. Imagens feitas por câmeras de estabelecimentos próximos ao local do crime estão sendo analisadas para tentar identificar o executor e o piloto da moto. “Vamos aproximar as imagens o máximo possível do rosto dos autores”, fala Odorico.
O delegado espera também o resultado da perícia que está sendo feita nas pistolas 9 mm apreendidas com o pistoleiro paraguaio Jacinto Ramon Cristaldo Ramirez. Jacinto foi preso no dia 16 em Coronel Sapucaia e, de acordo com Odorico, nega a execução do jornalista e afirma que não estava em Ponta Porã no dia do crime.
Foi pedido também a quebra de sigilo telefônico de Rocaro. As ligações feitas e recebidas pelo jornalista vão ser analisadas para ajudar a esclarecer o crime.
O crime - Paulo Rocaro foi baleado no domingo à noite (12) por uma dupla de motocicleta, características de crime de pistolagem. O jornalista retornava da casa do ex-prefeito de Ponta Porã, Vagner Piantoni (PT), de quem era amigo. Ele morreu na madrugada de segunda-feira, no hospital.
O jornalista era editor-chefe do Jornal da Praça e diretor do site Mercosul News. Em 2002, publicou o livro “A Tempestade – Quando o crime assume a lei para manter a ordem”. A obra fala de pistolagem e da conivência policial num território dominado pelo tráfico.