Índios que ocupam sítios reivindicam área de 61 hectares fora da reserva
Relato foi feito a procurador da República que esteve em áreas ocupadas no sábado; índios prometeram não ampliar ocupações
Uma área de 61 hectares que faz parte da reserva de Dourados, mas que nunca foi ocupada pelos índios, seria o motivo para a onda de invasões iniciada há duas semanas em sítios localizados na região norte da cidade, localizada a 233 km de Campo Grande.
Formada pelas aldeias Bororó e Jaguapiru, a reserva foi criada na década de 70, pelo extinto SPI (Serviço de Proteção ao Índio), mas essa área nunca ficou sob o domínio dos guarani-kaiowá e terena que habitam a área indígena, de 3.450 hectares.
A informação foi revelada pelos próprios índios ao procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que visitou os acampamentos no sábado (19) e ontem, acompanhado de uma comissão da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados) – criada para intermediar uma solução para o conflito.
O Campo Grande News apurou que os índios cobram essa área de 61 hectares, que estaria de fora da área ocupada pelas aldeias. As terras estariam no papel, mas faltam na área demarcada da reserva.
Produtores podem ceder terras - Segundo as autoridades que acompanham o caso, agora é preciso descobrir onde exatamente estão estes 61 hectares que faltam. Alguns produtores da região, que não tiveram as propriedades ocupadas, estariam dispostos a ceder parte de suas terras, desde que haja um acordo para acabar com as invasões. A proposta, entretanto, ainda não teria sido levada aos índios.
Ainda de acordo com informações apuradas pela reportagem, a partir de agora o MPF e a OAB vão dar andamento às negociações com os índios. Ontem de manhã ocorreu uma reunião no Ministério Público Federal com a presença dos índios e produtores e um acordo foi fechado para não haver mais ocupações.