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Interior

Jogador levou tiro, 25 facadas e teve costela quebrada antes de ser esquartejado

MP aditou a denúncia após análise de exame necroscópico que revelou detalhes de crime cruel

Por Anahi Zurutuza | 21/06/2024 13:06
Imagem do laudo necróspico revelando ferimentos encontrados em uma das partes do corpo do jogador (Foto: Reprodução)
Imagem do laudo necróspico revelando ferimentos encontrados em uma das partes do corpo do jogador (Foto: Reprodução)

Exame necroscópico detalhado entregue só depois da conclusão da investigação e oferecimento da denúncia contra trio acusado de matar o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, mostra que o crime foi mais cruel do que se imaginava. A vítima não morreu com o tiro que levou na cabeça, ainda na casa da ex-namorada, Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 22 anos, mas por hemorragia, provocada pelas 25 facadas (ao menos) encontradas nas partes do corpo localizadas no Rio Iguatemi.

O laudo – assinado por 3 médicos legistas do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Amambai, no dia 30 de agosto do ano passado – diz que Skulny morreu “em virtude de hemorragia aguda por ação perfuro cortante”. Além disso, uma das costelas do atleta foi quebrada – o exame não detalha em que momento.

O corpo foi esquartejado após a morte e nem todas as partes foram encontradas, mas ferimentos foram encontrados no tórax, região pélvica, antebraço direito e até em uma das pernas.

Raio-x mostra costela de vítima fraturada (Foto: Reprodução)
Raio-x mostra costela de vítima fraturada (Foto: Reprodução)

Para a acusação, Hugo Skulny foi atraído até o local onde levou o tiro pela ex-namorada, Rubia Joice de Oliver Luvisetto, 22, e Danilo Alves Vieira da Silva, 20 anos, o “ficante” dela atirou contra o rival. Ainda vivo, o jogador foi levado até o sítio que pertence à família de Danilo, na picape de Rubia, com ajuda do amigo dela, Cleiton Torres Vobeto, 22, o “Maninho”, onde foi golpeado com facão.

“Notaram que o ofendido, apesar de abatido, ainda estava vivo. Ato contínuo, os denunciados Cleiton e Danilo apossaram-se de um facão e desferiram golpes na região torácica do vitimado, causando-lhe as lesões verificadas no laudo necroscópico de fls. 662-732, que foram a causa eficiente da morte”, afirma o  promotor de Sete Quedas, Fábio Adalberto Cardoso de Morais, em aditamento à denúncia.

O corpo foi atirado no rio, mas dias depois Danilo voltou ao local e o percebeu visível, ainda conforme a teoria acusatória. “Posteriormente, entre os dias 25 de junho e 1º de julho, o denunciado Danilo retornou ao sítio de propriedade de sua família e, utilizando-se deum barco com motor, notou que o cadáver de Hugo estava visível. Então, retirou o corpo do Rio Iguatemi e, utilizando-se de uma máquina serra fita, mutilou o cadáver em diversos pedaços menores, conforme a perícia realizada (fls. 207-234, 662-732 e260-265), tendo atirado os restos mortais outra vez no Rio Iguatemi”, também narra o promotor.

De acordo com resconstituição feita pela Polícia Civil, imagem mostra momento que Hugo leva tiro na cabeça, disparado por Danilo (Foto: Laudo da reprodução simulada)
De acordo com resconstituição feita pela Polícia Civil, imagem mostra momento que Hugo leva tiro na cabeça, disparado por Danilo (Foto: Laudo da reprodução simulada)

Culpa – Tudo aconteceu na madrugada de 25 de junho de 2023, em Sete Quedas. Rubia alega que o jogador teria invadido o quarto dela, depois de ver que ex-namorada foi embora de uma festa com Danilo, em Pindoty Porá, cidade paraguaia.

Em audiências à Justiça, Danilo Alves confessou ter matado e esquartejado Hugo Skulny, mas alegou que agiu para defender Rubia durante a briga, na casa da jovem. Também disse que andava armado por segurança e que é hábito comum na fronteira.

O rapaz também acusou o amigo de Rubia, Cleiton Torres Vobeto, 22, conhecido como “Maninho”, dizendo que foi ideia dele o esquartejamento, depois que tentaram jogar o corpo no rio e perceberam que ele não afundaria.

Rubia Joice nega que tenha participação ativa no crime, dizendo que somente limpou o sangue da casa, sendo ameaçada por Danilo se o denunciasse. “Maninho” também alega ter agido sob ameaça. Foi o depoimento dele que levou a polícia ao local onde o corpo foi esquartejado.

A ré voltou para a prisão na semana passada e Danilo Alves continua preso.

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