Membros do PCC são condenados a quase 200 anos de prisão por dupla execução
Crime ocorreu em uma favela de Dourados, no ano de 2018
Dois integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foram condenados a 110 anos de prisão, nesta terça-feira (14), pela execução de Paulo Sérgio Santos, de 30 anos, e Getúlio Vargas da Silva, de 37 anos, na Comunidade Ouro Fino, região da Sitioca Campo Belo, em Dourados, cidade a 233 quilômetros de Campo Grande. Outros dois réus já haviam sido condenados pelo crime, e a soma das penas aplicadas a todos os envolvidos no atentado, atingiu 199 anos e 8 meses de prisão.
O crime ocorreu em 2018, na noite de 17 de julho, quando os criminosos, conhecidos como "Manin" e "Erzão", participaram da execução da dupla a tiros, dentro de um dos barracos da favela, localizada perto da BR-163, na saída para Caarapó. De acordo com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a execução dos crimes foi determinada por lideranças da facção, em razão da suspeita de que uma das vítimas havia acolhido, no barraco em que vivia, um dos autores do homicídio de outro membro da facção, ocorrido dois dias antes.
De acordo com os autos, em curto período, os sentenciados se envolveram, juntamente com outros criminosos, em diversos outros delitos violentos na cidade de Dourados e municípios vizinhos, sempre praticados com o uso de armas e violência. Naquele período do ano de 2018, ocorreram vários homicídios na cidade envolvendo integrantes e simpatizantes da organização criminosa PCC.
"Manin" e "Erzão" foram condenados a 55 anos de prisão, cada um, por homicídios qualificados pelo motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e, ainda, com causa de aumento da pena devido aos réus integrarem grupo de extermínio ligado ao bando. No primeiro julgamento, realizado em 19 de novembro de 2020, dois acusados de envolvimento no crime foram inocentados, mas outros dois comparsas foram condenados a 89 anos de reclusão.
O crime - Os atiradores desceram de um carro branco, possivelmente, um Corsa Sedan, no momento do ataque. Getúlio foi atingido no lado esquerdo com quatro disparos e morreu ainda na cama. Paulo levou pelo menos sete tiros, principalmente, na face, que desfiguraram seu rosto. Cápsulas deflagradas foram encontradas nos fundos do barraco, indicando que os matadores recarregaram as armas e deixaram os cartuchos vazios ali mesmo.