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Interior

Morto em acidente após festa, Honorato fazia 2 faculdades e sonhava com Exército

Tratando câncer, no interior de São Paulo, mãe do rapaz precisou pegar estrada para acompanhar velório

Liniker Ribeiro | 10/08/2021 17:28
Honorato Henrique postou homenagem e torcida pela mãe, que realiza tratamento contra câncer de mama. (Foto: Arquivo Pessoal)
Honorato Henrique postou homenagem e torcida pela mãe, que realiza tratamento contra câncer de mama. (Foto: Arquivo Pessoal)

O acidente que acabou provocando a morte de três pessoas, na madrugada do último domingo (10), entre as cidades de Antônio João e Bela Vista, interrompeu os sonhos do jovem Honorato Henrique Leite Alves, que aos 19 anos, cursava duas faculdades e ainda tinha o desejo de servir o Exército.

Ainda muito abalada, a mãe do rapaz, Maíra Alves Leite, de 40 anos, conta que o filho sempre foi muito estudioso e, há dois anos, dedicava seu tempo ao curso de biomedicina e, mais recente, havia se matriculado em outra faculdade, de análise e desenvolvimento de sistemas, na Capital.

“Esse último era o mesmo curso da prima, que mora em São Paulo e trabalha para um banco. Além disso, desde o ano passado, ele fazia cursinho para tentar passar no concurso e ser tenente do Exército”, conta dona Maíra, que foi informada sobre o acidente por telefone e precisou vir da cidade de Barretos - onde faz tratamento contra câncer de mama - para acompanhar o velório.

Segundo ela, no tempo livre, Honorato Henrique amava frequentar festas, sempre acompanhado dos amigos. “Ele gostava muito de festas, a minha família sempre gostou muito, ainda mais quando ele vinha aqui para a cidade”, lembra.

Avós maternos tiveram grande participação na criação do jovem. (Foto: Arquivo Pessoal)
Avós maternos tiveram grande participação na criação do jovem. (Foto: Arquivo Pessoal)

E foi justamente voltando de uma festa, que o jovem e duas amigas, Bárbara Ormay, de 19 anos, e Leonarda Ajala Vilalba, de 17, foram vítimas de acidente de trânsito e não resistiram a ferimentos provocados por capotagem. A dinâmica do acidente ainda está sendo apurada.

Segundo a mãe, familiares relatam que o jovem chegou a pensar em não ir à festa, mas acabou sendo convencido por amigos. “Fiquei sabendo que ele não estava querendo ir, mas estavam ligando demais para ele ir. Foram e, na volta, veio um a mais”, relata Maíra, mencionando o fato de, no carro, estarem seis ocupantes.

Amado por todos – A professora também lembra que o filho sempre esteve rodeado de amigos e apegado aos familiares. “Me separei do pai dele três meses após o nascimento. Então, viemos morar com meus pais, foram eles que me ajudaram a criar, sempre muito apegados”.

O último contato com o filho, sem ser por telefone, foi há pouco mais de um mês. “Eu vim em junho, terminei as quimioterapias em maio e me deram um mês para ganhar imunidade até fazer a cirurgia. Daí eu vim aqui ficar com eles, as meninas [irmãs de Honorato, de 9 e 8 anos] também ficam com minha mãe, nesse período que estou fora, e ficamos aqui na casa”, destaca.

Lembranças – Maíra também fez questão de reforçar qualidades do filho mais velho. “Ele era um menino iluminado, amigo de todo mundo, não guardava rancor de ninguém, amava a minha família e a do pai dele, um menino especial e inteligente desde pequeno, ele lia muito”, concluiu.

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