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Interior

Operação contra pulverização ilegal apreende oito aviões agrícolas em MS

Operação Deriva II começou ontem e continua hoje em Ponta Porã, Rio Brilhante e Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 21/11/2017 08:36
Agente da Anac vistoria avião agrícola durante Operação Deriva II (Foto: Divulgação)
Agente da Anac vistoria avião agrícola durante Operação Deriva II (Foto: Divulgação)
Procurador da República analisa documentos durante operação (Foto: Divulgação)
Procurador da República analisa documentos durante operação (Foto: Divulgação)

Pelo menos oito aviões agrícolas foram apreendidos na Operação Deriva II, deflagrada ontem (20) e que continua hoje em Mato Grosso do Sul. A ação ocorre em Ponta Porã e Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai, e Rio Brilhante, na região de Dourados.

De acordo com o núcleo de comunicação da operação, a fiscalização voltada ao combate de irregularidades na aplicação de agrotóxicos por empresas de aviação agrícola. Hangares localizados nessas três cidades são alvos das diligências. A ação é desdobramento da primeira edição da Deriva, que em março resultou em sete aeronaves apreendidas e quatro empresas autuadas.

Em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, a empresa Agricenter foi autuada em R$ 1,6 milhão por utilizar produtos perigosos em desacordo com a legislação vigente e por prestar informação omissa em processo administrativo.

Segundo a assessoria, também foram apreendidos documentos relacionados a pousos, decolagens, aeronaves e pilotos, investigados por organização criminosa especializada em tráfico de drogas. Duas aeronaves foram interditadas, sendo que uma delas operava mesmo suspensa.

Em Rio Brilhante, a 160 km da Capital, a operação interditou cinco aeronaves das empresas Asas do Cerrado, Nórdica e Dimensão Aviação Agrícola. Pulverização agrícola sem a devida licença, documentos aeronáuticos vencidos, ausência de receituários agronômicos nos relatórios de pulverização e falta de pátio de descontaminação foram algumas das falhas constatadas pela perícia.

Já em Aral Moreira, a 364 km de Campo Grande, a Romaer Aviação Agrícola teve uma aeronave interditada. As equipes também constataram que o abastecimento das aeronaves era feito por funcionários sem treinamento e que não recebiam adicional de periculosidade.

Falta de equipamentos de proteção individual, instalações elétricas em condições precárias e descarte de resíduos sem observância às normas de saúde, higiene e segurança dos trabalhadores foram outras irregularidades.

Batizada em referência a situações em que o agrotóxico não atinge o local desejado e se espalha para outras áreas, a Operação Deriva integra uma série de fiscalizações ambientais conjuntas previstas para Mato Grosso do Sul. A ideia, segundo o núcleo da ação, é fazer inspeções periódicas de combate a danos ambientais e à saúde da população.

Órgãos envolvidos - A operação foi provocada pela Comissão de Combate aos Impactos de Agrotóxicos em Mato Grosso do Sul e coordenada pelos ministérios públicos federal, do trabalho e do Estado de Mato Grosso do Sul.

Participam da operação a PMA (Polícia Militar Ambiental), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Deco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado), Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Governo de Mato Grosso do Sul).

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