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Interior

PM que matou homem no cinema repete versão e diz que foi agredido

Advogado que acompanha família de bioquímico pediu exame de corpo de delito no adolescente que teria sido agredido pela vítima

Helio de Freitas, de Dourados | 09/07/2019 09:49
Carro de funerária chega ao shopping de Dourados, onde bioquímico foi morto por PM, ontem à tarde (Foto: Adilson Domingos)
Carro de funerária chega ao shopping de Dourados, onde bioquímico foi morto por PM, ontem à tarde (Foto: Adilson Domingos)

Encerrado por volta de 23h de ontem (8), o depoimento do cabo da Polícia Militar Dijavan Batista dos Santos, 37, no flagrante registrado na Polícia Civil não traz novidades sobre a confusão que terminou com o assassinato do bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, na sala 1 do cinema do Shopping Avenida Center, em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

No depoimento ao delegado Rodolfo Daltro, ao qual o Campo Grande News teve acesso, Dijavan repete a versão apresentada no boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar logo após a morte.

Ele afirma que a confusão foi iniciada por Julio Cesar por causa da poltrona que ele ocupava. Julio estaria na poltrona escolhida pelo filho do PM no momento em que comprou a entrada.

Dijalma também alega ter sido xingado e agredido fisicamente pela vítima. Diz que o bioquímico deu um soco no rosto de seu filho, um adolescente de 14 anos, com quem havia se desentendido por causa da poltrona. Outro filho do PM, de 10 anos, também estava no cinema com o pai e o irmão para assistir ao filme “Homem Aranha - Longe de Casa”.

O policial estava armado com uma pistola marca Smit Wesson calibre 40, sem registro, ou seja, arma ilegal. O PM contou ao delegado que a arma pertencia ao pai, um bombeiro militar morto há cerca de dois anos. Após a morte do pai, Dijalma disse que herdou a pistola e andava com a arma por ser menor e mais fácil de ser carregada no corpo.

Dijalma alega que só sacou a arma e se identificou como policial após as supostas agressões cometidas por Julio Cesar contra o filho. Afirma também que o tiro foi acidental, disparado, segundo a versão do dele, após se desequilibrar na escada da sala no momento em que a vítima teria investido contra ele.

O advogado Pedro Teixeira Silva, contratado pela família de Julio Cesar, pediu para o adolescente de 14 anos ser submetido a exame de corpo de delito, para comprovar a suposta agressão cometida pela vítima.

Atualmente lotado na PMA (Polícia Militar Ambiental), Dijalma Batista dos Santos está preso no quartel da PM e deve passar por audiência de custódia nesta terça-feira. Se a prisão for mantida, ele será levado para o Presídio Militar, em Campo Grande.

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