Polícia coloca elite na rua para blindar fronteira
Reforço no efetivo tenta conter guerra entre traficantes em Pedro Juan Caballero
A Polícia Nacional do Paraguai iniciou série de operações nesta segunda-feira (30) na fronteira com Mato Grosso do Sul. O objetivo é impedir guerra entre a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) e a família de Fahd Jamil, o “Fuad”, após a execução de quatro homens ligados ao “ex-rei da fronteira”, na semana passada.
Integrantes de grupos de elite da Polícia Nacional chegaram hoje de outras regiões do país vizinho. Entre os reforços estão policiais que atuam na FTC (Força-Tarefa Conjunta), formada também por homens das forças armadas paraguaias. O grupo é treinado para enfrentar os guerrilheiros do EPP (Exército do Povo Paraguaio).
De acordo com o comissário geral Baldomero Jorgge, o objetivo é aumentar a presença policial em pontos sensíveis da Linha Internacional, principalmente em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã.
Entretanto, os policiais vão atuar também em Sanja Pytã, distrito vizinho de Sanga Puitã (MS), e Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS).
Por medida de segurança, o comissário não quis informar o número de policiais designados para a região, mas dezenas deles foram perfilados na manhã de hoje em frente à sede da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero, capital do Departamento (equivalente a Estado) de Amambay.
Em seguida os policiais saíram em operação e buscas ocorrem em vários endereços da cidade. Um desses locais é o Edifício Búzios, no Condomínio Cerrado Blue Lagoon.
Segundo Baldomero Jorgge, a missão é conter a escalada da violência produzida pelas quadrilhas de traficantes. Só nas últimas três semanas, a “narcoguerra” fez pelo menos uma dezena de vítimas em Pedro Juan Caballero.
A Linha Internacional é considerada “zona vermelha” pelo governo paraguaio devido à presença de quadrilhas que lutam pelo controle do tráfico de drogas, de armas e do contrabando.
Fontes da fronteira afirmam que o reforço policial para investir contra as quadrilhas da fronteira demonstra que a família Jamil ainda possui muita influência no Paraguai. Após a execução dos quatro homens na semana passada, três importantes membros do PCC foram presos na cidade.