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Interior

Ponta Porã: muro de presídio cai e “tragédia anunciada” expõe servidores

Sindicato afirma que estrutura estava danificado desde 2023 e situação foi relatada à Sejusp

Por Kamila Alcântara e Helio de Freitas | 06/11/2024 18:45
Muro caiu ao lado de uma das torres de vigilância (Fotos: Sinsap)
Muro caiu ao lado de uma das torres de vigilância (Fotos: Sinsap)

Caiu o muro lateral do presídio Estabelecimento Penal Masculino de Ponta Porã, conhecido como Ricardo Brandão, a 313 km de Campo Grande, na tarde desta quarta-feira (6). O Sinsap/MS (Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso do Sul) tem documentado os pedidos de reforma na estrutura desde 2023 e diz que foi uma “tragédia anunciada”.

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O muro lateral do Estabelecimento Penal Masculino de Ponta Porã, conhecido como Ricardo Brandão, desabou em 6 de setembro, após alertas sobre sua instabilidade desde 2023. O Sinsap/MS relatou que a situação era uma "tragédia anunciada", com inspeções documentando as rachaduras e a necessidade de reformas. Com 474 presos e apenas oito policiais penais por turno, o sindicato expressou preocupações sobre a segurança, especialmente devido à proximidade da fronteira com o Paraguai. O muro, que estava sendo sustentado por estruturas improvisadas, não resistiu às chuvas recentes, levando a um pedido urgente por um plano de segurança para evitar fugas e ações externas.

Ao Campo Grande News o presidente do sindicato, André Santiago, disse que em todas as inspeções de rotina a instabilidade do muro era relatado nos comunicados internos para a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). Na unidade são 474 presos, para oito policiais penais em cada escala de plantão.

“Levamos essa situação para a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ontem a tarde, onde o sindicato foi informado que a Agepen tem recursos para reformas, mas o muro caiu hoje. Inclusive, o Ministério Público esteve lá e fez vistorias para apurar a situação”, garantiu André.

Fotos das rachaduras do muro enviadas nos relatórios (Fotos: Sinsap)
Fotos das rachaduras do muro enviadas nos relatórios (Fotos: Sinsap)

O Ricardo Brandão está a poucos quilômetros da fronteira com o Paraguai e os servidores temem pior. “É uma irresponsabilidade imensa a falta de atitude perante uma situação gravíssima, numa região de fronteira. Não tem onde colocar 474 presos e precisa de um plano de reforço de segurança urgente. Algo precisa ser feito para garantir a segurança da unidade prisional, dos servidores, evitar fugas e evitar algum tipo de ação externa”, completou.

Imagens enviadas à reportagem mostram que a estrutura estava com muitas rachaduras e sendo segurada por algumas "braçadeiras", fixadas em colunas próximas, mas igualmente danificadas. Com as chuvas dos últimos dias, o muro não resistiu.

A Agepen foi questionada sobre a situação relatada pelo sindicato. Por meio de nota, justificou que já providenciou o reforço da segurança do local com o apoio da Polícia Militar e policiais penais do Cope (Comando de Operações Penitenciárias).

"Providências para os reparos necessários também já estão sendo tomadas. Já estava em andamento processo para a realização de obra neste muro. Importante destacar que também está prevista a construção de um novo presídio em Ponta Porã, com 408 vagas".

Armações de ferro que tentavam "segurar" o muro (Fotos: Sinsap)
Armações de ferro que tentavam "segurar" o muro (Fotos: Sinsap)

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