Prefeita diz que não tem dinheiro para reajuste e professores avaliam greve
Educadores fazem assembleia nesta manhã na sede da prefeitura
Educadores de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, estão reunidos nesta manhã para decidir sobre uma paralisação de alerta à prefeitura por falta de reajuste salarial.
A assembleia organizada pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) ocorre em frente ao Centro Administrativo Municipal, onde fica o gabinete da prefeita Délia Razuk (PR).
Gleice Jane Barbosa, presidente do Simted, disse ao Campo Grande News que inicialmente a assembleia de hoje vai decidir sobre uma paralisação de um dia, mas uma greve por tempo indeterminada não está descartada.
Representantes dos educadores se reuniram ontem com a prefeita e secretários municipais, mas não houve avanço nas negociações. “A prefeita falou que não tem dinheiro e não apresentou nenhuma proposta para o reajuste”, afirmou a sindicalista.
Sem dinheiro – Segundo Gleice Barbosa, Délia e sua equipe apresentaram um relatório das contas para comprovar que o município está sem caixa para pagar a reposição dos salários. Em maio, a prefeita anunciou um arrocho nos gastos e através de decreto suspendeu o reajuste dos servidores.
“Eles falam que a prefeitura não tem dinheiro, mas não responderam à nossa solicitação de informações sobre as despesas da administração”, afirmou Gleice Barbosa.
Só com funcionários comissionados, contratados para cargos de confiança nos gabinetes da prefeita e dos secretários, o gasto anual será de R$ 7,2 milhões.
Cargos de confiança – Os servidores efetivos também reclamam que a atual administração contratou 640 comissionados e fez uma reforma administrativa para aumentar o salário de seis cargos de confiança, com gasto de R$ 1,5 milhão em quatro anos só com esses assessores.
Segundo o Simted, os professores reivindicam 7,64% de reajuste para o piso salarial, mesmo índice aplicado em nível nacional. Gleice disse que a lei municipal do piso para o magistério determina que a reposição siga o índice nacional.
Já os administrativos reivindicam uma política salarial pautada no índice indicador do magistério. “Os administrativos da educação estão sem reajuste desde 2014 e também lutam para recuperar as perdas da inflação”.