Presas fabricam 4 mil absorventes para atender alunas de escolas municipais
Desenvolvido pela prefeitura e Agepen, Programa Fluxo da Igualdade será lançado hoje em Rio Brilhante
Pelo menos quatro mil absorventes descartáveis estão sendo fabricados mensalmente por internas do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante, a 161 km de Campo Grande. A produção já está em andamento e os materiais são usados pelas próprias presas e doados para alunas de seis escolas da Rede Municipal de Ensino sem condições de comprar os absorventes.
A ação faz parte do Programa Fluxo da Igualdade, criado pela prefeitura em parceria com o Governo do Estado através da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). O lançamento oficial ocorre na noite de hoje (11), às 19h30, a Câmara de Vereadores.
Autoridades políticas, profissionais da saúde e educação, além de outras pessoas interessados em debater a importância da igualdade menstrual e seus impactos na comunidade foram convidadas.
Conforme a administração municipal, a iniciativa tem como objetivo promover o trabalho dentro do sistema penitenciário e enfrentar problema muitas vezes negligenciado pela sociedade: a pobreza menstrual. Relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) revela que uma a cada 4 brasileiras não tem acesso a absorventes. Nas escolas, as alunas perdem até 45 dias letivos por ano devido à falta de itens de higiene íntima adequados.
Outro dado apontado pela Prefeitura de Rio Brilhante é de que a ausência de higiene menstrual adequada pode comprometer a saúde das pessoas que menstruam, aumentando o risco de infecções causadas pelo uso de formas alternativas de absorventes, como trapos de pano, jornais ou até mesmo miolos de pão.
Além da distribuição de absorventes, o programa vai promover rodas de conversa e palestras informativas sobre dignidade menstrual e saúde em parceria com outras instituições. A ações visam conscientizar a população sobre a importância da higiene menstrual e seus impactos na vida das mulheres.
“Precisamos debater e combater problemas que muitas vezes estão invisíveis, mas afetam significativamente as pessoas. Trazer dignidade a essas mulheres é nossa obrigação como representantes do poder público”, afirmou o prefeito Lucas Foroni (MDB).