Promotor denuncia 3 agentes acusados de levar armas e drogas para presos
Dois policiais penais foram presos em flagrante em janeiro e o 3º identificado durante as investigações
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul ofereceu denúncia contra os policiais penais Robson Magno Haveroth, 35, e Iran Alberto Coelho Misael, 33, presos no dia 20 de janeiro deste ano acusados de fornecer armas, drogas e celulares a presos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Além deles, o promotor de Justiça João Linhares também denunciou um terceiro policial penal, Wagner Flores da Silva, morador em Ponta Porã. A suposta participação dele nos crimes surgiu durante as investigações.
Os denunciados responderão por tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio clandestino de munições e introdução de celulares dentro de estabelecimento penal.
Robson Magno foi preso em flagrante por policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) no momento em que tentava entrar no presídio de Dourados carregando na mochila 2 quilos de maconha, 2 quilos de cocaína, 22 munições calibre 357 e R$ 4.229 em espécie.
Iran Alberto estava na portaria e foi preso acusado de não adotar os procedimentos de praxe no momento em que o colega retornou para o interior do presídio. Ele foi solto sob medidas cautelares no dia seguinte, mas Robson Magno segue preso até hoje.
Robson confessou o crime, mas usou o direito de permanecer em silêncio. Iran Alberto negou participação no crime, alegando que apenas permitiu a saída do colega para buscar algum produto no carro que estava no pátio e depois permitiu seu acesso sem ter conhecimento do conteúdo da mochila. Segundo a investigação, ele não adotou os procedimentos legais, que exigiam revista na mochila de Robson Magno.
Na denúncia apresentada à 1ª Vara Criminal de Dourados, o promotor de Justiça afirma que os três policiais penais estavam mancomunados para introduzir entorpecentes, munições e aparelhos de telefone celular dentro do estabelecimento penal de segurança máxima.
Ele pediu a prisão preventiva de Robson Magno e Iran Alberto. O pedido ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário. João Linhares também pediu que, ao final do processo, os réus percam o cargo público por terem agindo contra princípios constitucionais e legais da Administração Pública.
Sempre juntos – Em depoimento ao Dracco, o diretor da PED, Antônio José dos Santos, contou que estava desconfiado da atuação dos três policiais penais, que permaneciam sempre juntos nos plantões e constantemente saíam do presídio e voltavam com objetos, sem qualquer revista e sem passar pelo aparelho de raio-x na portaria.
Após a prisão de Robson Magno e Iran Alberto, Wagner Flores da Silva se afastou das funções por licença médica. Segundo a denúncia, os três policiais penais dividiam as tarefas para introduzir drogas, armas, munições e celulares no presídio e partilhavam os lucros.
Com base nas investigações, o Ministério Público apontou que os três agentes vendiam drogas diretamente aos presos, pois a maconha e a cocaína apreendidas na mochila de Robson estavam divididas em pequenas porções.