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Promotor quer júri popular para membros do PCC que mataram menino de 5 anos

Cinco bandidos presos em outubro do ano passado são acusados pelo ataque contra morador de Pedro Juan que se suicidou ao ver o filho morto por tiro de fuzil

Helio de Freitas, de Dourados | 04/09/2018 17:11
Rony (cobrindo o rosto) e o brasileiro Bruno Henrique no dia em que foram presos no Paraguai (Foto: ABC Color)
Rony (cobrindo o rosto) e o brasileiro Bruno Henrique no dia em que foram presos no Paraguai (Foto: ABC Color)

O promotor de Justiça do Paraguai Hugo Volpe pediu que os cinco bandidos do PCC (Primeiro Comando da Capital) presos no dia 27 de outubro do ano passado sejam levados a julgamento público pelo assassinato de um menino de cinco anos ocorrido dois dias antes da prisão em Assunção, capital paraguaia.

Gabriel Giménez González estava com o pai, William Giménez Bernal, funcionário do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão. A caminhonete de Bernal foi alvo de dezenas de tiros de fuzil. O menino estava no banco traseiro e morreu após ser atingido por uma das balas. Ao ver o filho morto, William Bernal se matou com um tiro de pistola na cabeça.

Rony Maximiliano Román, Ruth Natali Echagüe Benítez e Diego Niz Pérez, os três de nacionalidade paraguaia, e o brasileiro Bruno dos Reis de Oliveira foram denunciados por violação da lei de armas, posse de drogas e associação criminosa. O quinto acusado, o paraguaio Anderson Román Valdez, é acusado de violação da lei de armas e associação criminosa.

Com os cinco acusados, policiais paraguaios encontraram um arsenal formado por cinco fuzis, 11 pistolas de diversos calibres, munições e carregadores, além de uma porção de maconha, coletes à prova de bala e quatro carros.

Os veículos foram usados no ataque a William Bernal. A balística também comprovou que os fuzis foram usados no atentado, mas os presos negam o crime de pistolagem.

Bruno Oliveira foi indiciado pela Justiça do Paraguai como chefe do atentado a tiros. O ataque teve ligação com a guerra travada por facções criminosas pelo controle do tráfico na fronteira entre Pedro Juan Caballero (Paraguai) e Ponta Porã (MS).

A ordem para o ataque teria partido do chefe de Bruno, o também brasileiro Elton Leonel Rumich da Silva, 33, o Galã, apontado na época como novo “dono” da na fronteira. Galã foi preso em Ipanema, no Rio, em fevereiro deste ano.

O atentado a Willian Bernal seria vingança pelo ataque a tiros contra a boate After Office, em Pedro Juan Caballero, em 24 de julho do ano passado. Onze pessoas ficaram feridas e quatro morreram na boate – os brasileiros membros do PCC Ivanilton Moretti, 36, o Grandão, e Felipe Alves, 24, o Filhote, além de duas moradoras de Ponta Porã.

Bernal foi acusado de ordenar o ataque, que tinha Galã como alvo. Os dois mortos seriam seguranças dele. Segundo fontes da polícia, Bernal era um dos principais líderes do grupo de extermínio denominado “Justiceiros da Fronteira”.

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