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Interior

Senador teme nova guerra após morte do irmão de Pavão em Ponta Porã

Roberto Acevedo, presidente do Congresso do Paraguai, espera violentas reações após execução de Ronny Gimenez Pavão

Helio de Freitas, de Dourados | 15/03/2017 14:25
Jarvis Pavão está preso em Assunção (Foto: ABC Color)
Jarvis Pavão está preso em Assunção (Foto: ABC Color)

O presidente do Congresso do Paraguai, senador Roberto Acevedo, disse que uma nova guerra entre criminosos pode ter sido declarada com o assassinato do empresário Ronny Gimenez Pavão, 38, ocorrido na noite de ontem (14) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Ronny era irmão do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, apontado como o Pablo Escobar do Paraguai. Ele está preso em Assunção.

Em entrevista hoje à rádio ABC Cardinal, Acevedo – que já foi governador do departamento de Amambay, na fronteira com Mato Grosso do Sul – disse que violentas repercussões são esperadas para os próximos dias, como se tornou comum na fronteira, onde grupos rivais travam uma disputa sangrenta pelo controle do fornecimento de drogas e armas.

“Pedro Juan sempre foi perigosa. Quando a cidade está tranquila, igualmente se deve ter medo”, afirmou Roberto Acevedo, um dos inimigos de Jarvis Pavão no Paraguai.

No ano passado, ele acusou Pavão de planejar a morte do chefão do tráfico na região, Jorge Rafaat Toumani, que atuava para acelerar a extradição do brasileiro. Em 2010, Acevedo sofreu atentado a tiros em Pedro Juan Caballero e culpou o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção aliada de Pavão.

Crítica à população – Roberto Acevedo lamentou a postura da maioria dos moradores da fronteira em relação aos crimes violentos em Pedro Juan e Ponta Porã. “A população já vê com total normalidade o ajuste de contas entre os narcotraficantes”.

Mais uma vez ele acusou políticos e autoridades de envolvimento com os criminosos. “O crime organizado está permeado nas instituições públicas, como o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Nacional”, afirmou o senador.

Jarvis quer ir a velório – Hoje de manhã, a advogada de Jarvis Pavão, Laura Casuso, disse que seu cliente quer ir ao velório e ao enterro do irmão, em Ponta Porã. O pedido teria sido feito à Justiça, mas uma juíza paraguaia informou que a decisão cabe ao diretor do presídio de Tacumbú, que detém a custódia do traficante.

Julio Aguero, diretor da penitenciária, informou que até o final da manhã não tinha recebido nenhum pedido formal. O Campo Grande News apurou que Ronny Pavão vai está sendo velado e vai ser enterrado em Ponta Porã, em horário não informado pela família.

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