Senador teme nova guerra após morte do irmão de Pavão em Ponta Porã
Roberto Acevedo, presidente do Congresso do Paraguai, espera violentas reações após execução de Ronny Gimenez Pavão
O presidente do Congresso do Paraguai, senador Roberto Acevedo, disse que uma nova guerra entre criminosos pode ter sido declarada com o assassinato do empresário Ronny Gimenez Pavão, 38, ocorrido na noite de ontem (14) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Ronny era irmão do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, apontado como o Pablo Escobar do Paraguai. Ele está preso em Assunção.
Em entrevista hoje à rádio ABC Cardinal, Acevedo – que já foi governador do departamento de Amambay, na fronteira com Mato Grosso do Sul – disse que violentas repercussões são esperadas para os próximos dias, como se tornou comum na fronteira, onde grupos rivais travam uma disputa sangrenta pelo controle do fornecimento de drogas e armas.
“Pedro Juan sempre foi perigosa. Quando a cidade está tranquila, igualmente se deve ter medo”, afirmou Roberto Acevedo, um dos inimigos de Jarvis Pavão no Paraguai.
No ano passado, ele acusou Pavão de planejar a morte do chefão do tráfico na região, Jorge Rafaat Toumani, que atuava para acelerar a extradição do brasileiro. Em 2010, Acevedo sofreu atentado a tiros em Pedro Juan Caballero e culpou o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção aliada de Pavão.
Crítica à população – Roberto Acevedo lamentou a postura da maioria dos moradores da fronteira em relação aos crimes violentos em Pedro Juan e Ponta Porã. “A população já vê com total normalidade o ajuste de contas entre os narcotraficantes”.
Mais uma vez ele acusou políticos e autoridades de envolvimento com os criminosos. “O crime organizado está permeado nas instituições públicas, como o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Nacional”, afirmou o senador.
Jarvis quer ir a velório – Hoje de manhã, a advogada de Jarvis Pavão, Laura Casuso, disse que seu cliente quer ir ao velório e ao enterro do irmão, em Ponta Porã. O pedido teria sido feito à Justiça, mas uma juíza paraguaia informou que a decisão cabe ao diretor do presídio de Tacumbú, que detém a custódia do traficante.
Julio Aguero, diretor da penitenciária, informou que até o final da manhã não tinha recebido nenhum pedido formal. O Campo Grande News apurou que Ronny Pavão vai está sendo velado e vai ser enterrado em Ponta Porã, em horário não informado pela família.