Preso em Assunção, Jarvis Pavão quer ir ao velório do irmão em Pedro Juan
Advogada do narcotraficante pediu para Justiça autorizar deslocamento de Pavão de Assunção até Ponta Porã
O narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, que está preso em Assunção, capital do Paraguai, quer ir ao velório do irmão, o empresário Ronny Gimenez Pavão, 38, executado por pistoleiros na noite de ontem (14) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.
Laura Casuso, advogada do homem considerado um dos maiores traficantes da fronteira Brasil-Paraguai, disse hoje (15) à rádio ABC Cardinal que vai fazer o pedido oficial ao Juizado de Execuções do Paraguai. Segundo ela, é um direito de seu cliente acompanhar o velório do irmão, que ocorre em Pedro Juan Caballero, onde Ronny vai ser enterrado.
Desde julho do ano passado, quando o governo paraguaio descobriu as salas luxuosas onde Pavão estava “hospedado” no presídio de Tacumbú, o brasileiro foi transferido para a sede de um grupo especial da Polícia Nacional do Paraguai.
“Que venha a embaixada dos Estados Unidos, que venham os russos. Ele [Pavão] não tem intenção de fugir”, afirmou a advogada. Atualmente, a Suprema Corte do Paraguai analisa um pedido de extradição de Pavão para o Brasil, onde está condenado a 17 anos por tráfico de drogas. No Paraguai, ele cumpre oito anos por lavagem de dinheiro. A pena acaba em dezembro de 2018.
Aos prantos durante a entrevista à rádio paraguaia, Laura Casuso disse que Ronny deixa uma filha e dois filhos e que as famílias são sagradas na fronteira.
“Quem poderia ter matado o irmão de Jarvis? As informações não oficiais que chegam a mim são incontáveis. Algumas são absurdas”, afirmou ela. Perguntada sobre um bandido chamado Altair Jorge Velo, que tinha sido sócio de Jorge Rafaat Toumani – assassinado em junho do ano passado – a advogada disse que a identidade dele é falsa, mas confirmou ter recebido informações que Altair pode estar por trás da morte de Ronny.
O crime – Ronny Gimenez Pavão foi morto ontem à noite em frente à academia K3, localizada na esquina das ruas Joaquim Pereira Teixeira e General Osório, no Centro de Ponta Porã. Ele foi atingido por pelo menos oito tiros de pistola calibre 9 milímetros, disparados por dois pistoleiros que estavam em uma moto.
Diariamente, o empresário fazia caminhadas noturnas pelas ruas das duas cidades. Quando foi alvejado, subia em uma rampa na entrada da academia. Policiais da fronteira informaram que Ronny não tinha ligações com o crime organizado.