Sócio do PCC no Paraguai, Pavão quer ser internado para tratar apneia
Narcotraficante brasileiro pediu à Justiça autorização para fazer tratamento em clínica; Brasil tenta extradição há dois anos
O narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, que está preso em Assunção, capital do Paraguai, pediu autorização à Justiça daquele país para ficar 12 dias internado em uma clínica particular. Apontado como mandante do assassinato de Jorge Rafaat, Pavão firmou sociedade com o PCC (Primeiro Comando da Capital) para eliminar os adversários e juntos assumirem o controle do crime organizado na fronteira.
Seus advogados de defesa tentam convencer os juízes paraguaios que Pavão sofre de isquemia cerebral e apneia. Segundo eles, o narcotraficante tem cada vez mais crises constantes e agudas, devido à falta de tratamento. O local onde é mantido também agrava a situação, pois não teria ventilação adequada, segundo a defesa.
Em julho do ano passado, um mês após a morte de Rafaat, o governo paraguaio mandou transferir Pavão do presídio de Tacumbú para a sede de um grupo especializado da Polícia Nacional. Havia suspeita de que ele planejava uma fuga usando dinamite para explodir o muro da cadeia.
Depois que foi transferido, a polícia descobriu que o brasileiro vivia em um espaço luxuoso com banheiro privativo, ar condicionado, sala de reuniões e cozinha, que ele tinha mandado construir dentro do presídio.
A juíza de execução Lourdes Scura solicitou um parecer de uma junta médica antes de decidir sobre o pedido de Pavão, que cumpre pena por lavagem de dinheiro no Paraguai. A recomendação é que ele seja tratado imediatamente.
“O Sr. Jarvis Chimenes Pavão tem uma doença que é a principal causa de morte súbita e risco de acidente vascular cerebral, se não for tratado em ambiente adequado”, afirma o parecer, divulgado hoje pelo jornal ABC Color.
A clínica em que será feito o tratamento já foi definida, mas a data em que Pavão será transferido para lá é mantida em sigilo.
Condenado em três processos por narcotráfico no Brasil, Jarvis Pavão, que é natural de Ponta Porã, enfrenta dois pedidos de extradição feitos pela Justiça brasileira, o primeiro apresentado há dois anos.