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Interior

UFGD completa 14 anos em meio à disputa judicial envolvendo reitoria

Universidade Federal da Grande Dourados faz aniversário hoje administrada por reitora temporária nomeada em junho

Helio de Freitas, de Dourados | 29/07/2019 14:41
Sede da reitoria da UFGD já foi ocupada três vezes depois da nomeação de reitora temporária, em junho (Foto: Arquivo)
Sede da reitoria da UFGD já foi ocupada três vezes depois da nomeação de reitora temporária, em junho (Foto: Arquivo)

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) completa 14 anos nesta segunda-feira (29) em meio ao impasse jurídico que se tornou a eleição para escolher a reitoria.

Realizada em março, a consulta interna culminou com o envio da lista tríplice ao Ministério da Educação, mas a forma de elaboração da lista foi questionada na Justiça pelo MPF (Ministério Público Federal).

Para o MPF, os três professores que disputaram a consulta prévia deveriam ser incluídos na lista e não apenas o primeiro colocado. A Justiça Federal chegou a suspender a lista tríplice, mas depois recuou e reconheceu a eleição interna.

Atualmente tramita recurso do MPF no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo, questionando a decisão de 1ª instância. Antes do resultado do impasse jurídico, o MEC ignorou a lista tríplice e nomeou como reitora temporária a professor da Faculdade de Pedagogia Mirlene Ferreira Macedo Damázio.

No cargo desde o dia 10 de junho, Mirlene já foi alvo de vários protestos de professores e acadêmicos, que a consideram “inventora” por ter sido nomeada pelo ministro da Educação Abraham Weintraub sem ao mesmo participar da eleição interna e sem ter colocado o nome como interessada em formar a lista tríplice. Enquanto o Judiciário não toma uma decisão, Mirlene segue no cargo.

Mirlene substituiu reitora Liane Calarge, cujo mandato de quatro anos na reitoria terminou no dia 10 de junho. A lista tríplice elaborada após consulta prévia à comunidade universitária foi formada pelos professores Etienne Biasotto, Jones Dari Goettert e Antônio Dari Ramos e envida em março pela UFGD, mas devolvida em seguida pelo Ministério da Educação, que apontou irregularidade na escolha dos nomes.

Para o DCE (Diretório Central dos Estudantes), a nomeação foi feita “da pior forma possível”, via portaria do Ministério da Educação. Adulf Dourados (Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados) disse que a nomeação foi feita “ao arrepio da legalidade”.

A história – Com sede em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul a 233 km de Campo Grande, a universidade foi criada em 2005 a partir do campus da UFMS, como parte do Programa de Expansão das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil, do governo federal.

Inicialmente sob tutoria da UFG (Universidade Federal de Goiás), a Universidade da Grande Dourados começou com seus sete cursos de graduação. Em seguida passa a se expandir consideravelmente com sua inclusão no Reuni (Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). Atualmente são ofertados 32 cursos de graduação presencial, cinco a distância e dois de alternância, atendendo quase oito mil alunos.

Na pós-graduação, a universidade douradense tem 47 cursos, distribuídos entre especializações, residências, mestrados e doutorados, que atendem 1.500 pessoas. O quadro de servidores tem 1.500 professores e técnicos administrativos.

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