Vereadores suspeitos de fraude ainda não foram notificados sobre afastamento
Os sete vereadores e cinco servidores investigados na Operação Viajantes ainda não foram notificados sobre afastamento da Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, distante 103 quilômetros de Campo Grande. A informação é do assessor de imprensa e pregoeiro da Casa de Leis, Gil Nei Paes da Silva, que também está entre os envolvidos. Eles são acusados de fraudar licitações e forjar documentos para recebimento de diárias.
Além de Gil Nei, foram afastados os vereadores Adalberto Alexandre Domingues, o Betinho, presidente da Câmara, Antonino Ângelo da Silva, vice-presidente, Célia Regina Ribeiro, Cláudio Roberto Siqueira Lins, Diony Erick Lima, Fabiano Duarte de Souza e Justino Machado Nogueira. Os servidores a Cacildo Camargo, direto da Casa, Marcos Gomes da Silva Junior, presidente da comissão de licitação, Natanael Godoy Neto, procurador jurídico e Walter Antônio, contador do legislativo municipal.
Gil Nei disse que a partir do momento que for notificado vai deixar o cargo até que os fatos sejam esclarecidos. “Ordem judicial a gente não discute, cumpre”, diz. Os bens dos 12 também estão indisponíveis. A decisão referente ao afastamento foi publicada ontem (13) e assinada pelo juiz da comarca de Ribas, Evandro Endo, que recebeu denúncia oferecida pelo MPE (Ministério Publico Estadual). Na última semana o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou a Operação Viajantes, depois que a promotoria do município ingressou com uma ação civil publica para investigar os gastos da Câmara.
O site Rio Pardo News, publicou de forma não oficial, os nomes dos possíveis suplentes de acordo com a coligação e votação disponibilizada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Veja a relação:
O vice-presidente, Antônio Ângelo da Silva afastado pela decisão judicial, foi eleito com 395 votos, pela Coligação O Trabalho é Que Faz Diferença II, deverá dar lugar ao ex-vereador Sidinei Fontebasse, o Cascão, eleito suplente em 2012 com 296 votos.
O vereador Adalberto Alexandre Domingues, o Betinho, presidente afastado pela decisão judicial, foi eleito com 445 votos e deverá ser substituído pelo também ex-vereador, Roberto Carlos Lins, o Roberto Cascão, que ficou como suplente após computar 288 votos. Ambos concorreram nas eleições de 2012, pela Coligação O Trabalho é Que Faz a Diferença I.
Cláudio Roberto Siqueira Lins, vereador afastado e membro da Mesa Diretora, foi eleito com 345 votos, deverá deixar a cadeira para o correligionário Adão da Mandioca, eleito suplente em 2012 com 194 votos pela Coligação O Trabalho é Que Faz a Diferença I.
A veterana vereadora do PSDB, Célia Regina Ribeiro, tida como uma das mais experientes, e dona de quatro mandatos consecutivos, também está entre os afastados. Ela que recebeu 361 votos em 2012 pela Coligação Ribas, com Amor, Rumo ao Desenvolvimento I, deverá dar lugar a professora Sônia Maria de Oliveira Passos, que recebeu 310 votos.
Diony Erick de Souza da Silva, o campeão de votos na eleições de 2012, está entre os afastados acusados de fraudarem licitações e forjarem documentos para o recebimento de diárias. Diony até o afastamento exercia o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora e era tido como o braço forte do presidente. O dono dos 520 votos deve dar lugar ao pecuarista Luiz Antônio Fernandes Ribeiro, o Luiz do Sindicato do PSB, eleito suplente com 305 votos.
O produtor rural, Fabiano Duarte da Silva, eleito com 475, foi o vice-campeão de votos em 2012. Também incluído pelo juiz entre os afastados, deverá deixar a cadeira para o empresário Adriano Aparecido Nogueira, o Adrianinho, que ficou entre os suplentes da Coligação O Trabalho é Que Faz a Diferença II, após 299 votos.
Justino Machado, o Tino, outro veterano da política riopardense, se reelegeu com 446 votos pela Coligação Ribas, com Amor, Rumo ao Desenvolvimento II, deixará a cadeira para o também ex-vereador, Sebastião Roberto Collis, o Robertão Funileiro, eleito suplente em 2012 com 245 votos.
O Campo Grande News entrou em contato, por telefone, com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribas do Rio Pardo. A assessoria informou que a prefeitura não recebeu ainda informações oficiais sobre o caso e por isso não comenta o assunto.