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Cidades

Marielly pode ter escondido gravidez desde fevereiro, quando fez exame

Paula Vitorino | 16/06/2011 14:24

Colegas de trabalho já suspeitavam de gravidez e contam que a jovem era reservada

Praça Panamá, onde Marielly iria se encontrar com amigos.
Praça Panamá, onde Marielly iria se encontrar com amigos.

Uma menina calma e reservada, sem costume de sair para festas ou fama de “namoradeira”. Segundo amigos, familiares e colegas de trabalho, esse era o perfil da jovem Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, desaparecida no dia 21 de maio e encontrada morta no último sábado (11), em um canavial próximo a fazenda do município de Sidrolândia.

Mas a jovem sem inimigos ou motivos aparentes para fugir podia estar escondendo um segredo há vários meses. Segundo apurou a reportagem, um exame de gravidez foi feito pela garota no dia 28 de fevereiro em um laboratório na região central de Campo Grande.

O resultado do exame já estaria com a mãe e a Polícia Civil, que investiga o caso, desde o dia 23 de maio – dois dias após o desaparecimento.

Já de acordo com colegas de trabalho, as suspeitas de que Marielly estava grávida existiam desde meados de março. A garota sempre magra estava engordando, criando “barriguinha” e faltou por vários dias devido a problemas de enjôo e vômitos.

“Mas como tem essas viroses, achamos que deveria ser algo do tipo. Mas ela também começou a engordar, o corpo mudar e aí desconfiamos”, conta a advogada Thais Oliveira.

A garota foi questionada pelo chefe, o advogado Guilhermo Salazar, e pela colega de trabalho sobre estar grávida, mas em todas às vezes respondeu enfaticamente que não estava. Ela trabalhava há sete meses no escritório de advocacia como secretária.

“Ela disse que não, com tanta certeza, que não perguntei mais. Ela era muito reservada e eu como chefe não podia ficar me intrometendo na vida pessoal”, diz Salazar.

Familiares da garota não confirmam a informação de que Marielly estava grávida desde o seu desaparecimento. A mãe da melhor amiga da jovem, Maria Helena Oliveira, de 40 anos, afirma que nunca ouviu nenhum comentário sobre a gravidez e que se Marielly estava grávida, ela guardou isso “como um segredo muito íntimo”.

Já o delegado Fabiano Nagata, responsável pelo caso, não quis confirmar a existência do exame de gravidez e afirmou que só irá se pronunciar sobre o assunto após o resultado dos exames do IML (Instituto Médico Legal), que devem revelar se a garota foi morta grávida ou se foi vítima de estupro.

Se a data do exame e o resultado positivo forem confirmados, Maryelli já estava grávida desde fevereiro, com três meses aproximadamente de gravidez quando desapareceu. Com isso, o bebê pode não ser do namorado da jovem, já que ela havia começado o relacionamento com o rapaz de 24 anos há cerca de dois meses.

Suspeitas - Uma das hipóteses levantadas após o desaparecimento da garota foi de que ela estaria grávida de um homem casado. No entanto, o delegado Nagata não confirma as suspeitas e diz que “muitos boatos surgem”.

A reportagem do Campo Grande News conversou com o advogado Guilhermo Salazar, chefe do escritório onde a garota trabalhava, e ele disse que a garota foi sempre muito profissional e reservada.

Marielly foi indicada para o cargo por uma advogada, que conhecia a menina e a tinha como “uma pessoa séria”.

Salazar ressalta que a jovem sempre foi muito reservada e que nunca viu ela com namorado ou conversando mais intimamente com funcionários e clientes.

Já Thais lembra que a menina parecia muito apaixonada pelo namorado e que não acredita que ela estaria se envolvendo com outro homem. “Não tinha motivo pra isso”, diz.

Jovem foi morta aos 19 anos
Jovem foi morta aos 19 anos

A advogada lembra que Marielly era religiosa, freqüentava as missas todo domingo e carregava uma corrente com medalha de Nossa Senhora. Por isso, a colega não acredita que Marielly faria um aborto.

“O estranho é que se estava grávida, porque não contou para a mãe, pra ninguém? A irmã dela engravidou nova e teve o apoio da família, não teria porque ela não contar. Devia ter alguma coisa de errado”, desconfia.

Os colegas de trabalho afirmam que no dia antes do desaparecimento a menina estava “normal e feliz”.

Desaparecimento - No dia 21 de maio, quando desapareceu, a jovem havia combinado com a melhor amiga, de 17 anos, de ir a Praça do bairro Panamá, onde costumavam encontrar os amigos, e depois disse que iria visitar namorado.

No entanto, antes ela teria de resolver um problema. Marielly chegou a mandar uma mensagem no celular da amiga avisando que já estava saindo de casa, mas não foi até a Praça e nem na casa do namorado.

“No mesmo dia, por volta das 20h, a mãe já ligou pra gente procurando a filha. Começamos a buscar desde então. Não sabemos o que aconteceu, nada”, desabafa Maria Helena, mãe da amiga.

O corpo encontrado em Sidrolândia foi identificado como da jovem nesta quarta-feira (15). A família viajou para a cidade de Alto Taquari, no Mato Grosso, onde o pai da menina mora e o corpo deve ser sepultado amanhã.

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