Ministro Haddad descarta necessidade de anular Enem
O ministro da Educação, Fernando Haddad, descartou hoje a necessidade de anular as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) aplicadas nesse fim de semana. O MEC (Ministério da Educação) está levantando o número exatos de estudantes que foram prejudicados por um erro de montagem nos cadernos de prova amarelos. A estimativa inicial é que a falha teria atingido 2 mil candidatos, mas até o momento os casos apurados são em número inferior.
De acordo com Haddad, o erro foi localizado em um lote de 21 mil provas, mas havia cerca de 370 mil cadernos sobressalentes que poderiam ser trocados pelos fiscais no momento em que o candidato percebeu o erro. O MEC está apurando com o consórcio responsável pela aplicação do exame o total de participantes que não teriam recebido uma nova prova.
Hoje, a Justiça Federal no Ceará recomendou a anulação da prova por considerar que os alunos que vão refazer a prova não terão respeitadas as condições de isonomia de um concurso. Haddad ressaltou que o método estatístico utilizado no Enem, a TRI (Teoria de Resposta ao Item) permite elaborar provas diferentes com o mesmo nível de dificuldade. O ministério vai tentar convencer a juíza de que não é necessário anular a prova.
"Vamos apresentar os dados técnicos para convencê-la a rever a sua decisão. Este é o procedimento que vamos adotar, cabendo recurso em caso de negativa", disse. Até o momento, segundo o MEC, há um relato mais concentrado de estudantes que não puderam trocar a prova defeituosa em uma escola de Sergipe, além de "casos pontuais" espalhados pelo país.
"Estamos apurando caso a caso, nosso objetivo é identificar todas as situações, queremos contemplar todos os estudantes e temos a vantagem de reaplicar essa prova sem nenhuma dificuldade do ponto de vista técnico", afirmou o ministro.
Para Haddad, a realização de uma segunda prova não atrasaria a divulgação dos resultados do exame, prevista para a primeira quinzena de janeiro. Os custos de uma reaplicação serão arcados pela própria gráfica que hoje admitiu o erro na impressão dos cadernos amarelos e poderá pagar, uma multa pelo erro, conforme previsto em contrato.