Para cumprir ordem do STF, Giroto e Amorim voltarão à cela 17 de presídio
Ordem de prisão de envolvidos na operação Lama Asfáltica foi dada pelo STF, atendendo a solicitação da procuradora-geral do MPF, Raquel Dodge
A cela 17 do Centro de Triagem, no complexo penitenciário de Campo Grande, vai receber, novamente, o empresário João Amorim e o ex-deputado federal Edson Giroto, além do ex-deputado estadual e ex-fiscal da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), Beto Mariano, e do empresário Flávio Schrocchio, cunhado de Giroto. Eles são alvo da Operação Lama Asfáltica, e tiveram ordem de prisão expedida pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão desta segunda-feira (7).
O Supremo atendeu reclamação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para quem a liberdade concedida em março aos envolvidos nas investigações significa desrespeito à justiça.
Segundo apurou a reportagem do Campo Grande News, a apresentação à Polícia Federal nesta tarde foi negociada. Caso os envolvidos não se apresentassem, a Polícia cumpriria a ordem do STF. Todos se apresentaram até às 16h20.
Assim como ocorreu em março, para as mulheres envolvidas na investigação a determinação é de prisão domiciliar. Antes de ser transferidos para o presídio, os quatro homens vão passar pelo exame de corpo de delito, praxe quando alguém vai para a cadeia. A cela 17 é a mesma em o grupo já ficou preso, além de outros políticos, como o ex-governador André Puccinelli e o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte.
A ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), envolve Giroto, Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos (secretária de Amorim), Flávio Henrique Garcia Schrocchio (cunhado de Giroto), Raquel Rosana Giroto (mulher de Giroto à época), Ana Paula Amorim (filha do empresário João Amorim), o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano e da filha dele, Mariane Mariano de Oliveira.
Todos são investigados na operação Lama Asfáltica, que já realizou cinco fases para apurar desvio de dinheiro em obras públicas.
Na manhã desta terça-feira, foi intensa a movimentação na residência de João Amorim, no Jardim Bela Vista. O empresário chegou a ser visto saindo de carro. A irmã dele, a deputada estadual Antonieta Amorim (MDB), também foi vista chegando ao local. O STF ainda não disponibilizou a decisão. Na Justiça Federal, a informação é que o como o caso corre em sigilo, nada poderia ser informado.
Cronologia – No último mês de março, o Supremo derrubou a liminar que mantinha os oito alvos da operação Lama Asfáltica em liberdade. As prisões aconteceram no dia 9 de março. Mas, no dia 19, o TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) mandou soltar todos.
Inconformada, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou com um reclamação no STF. Ela alegou que a decisão do Tribunal Regional Federal foi “desrespeitosa” em sua autoridade. Para a procuradora, a justificativa do tribunal de que os réus “não oferecem perigo a ordem pública” vai contra a decisão da Primeira Turma do Supremo, que foi “categórica” ao dizer que os investigados “traziam severos riscos” à ordem, pela extrema gravidade de suas ações.
Ela pediu as prisões e foi atendida. Conforme as últimas movimentações do processo, a decisão foi informadas ontem (dia 7) ao TRF 3 e à 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.
Fazendas de Lama – As oito prisões são relativas à fase Fazendas de Lama, realizada em 10 de maio de 2016. A liberdade veio no dia 24 de junho daquele ano, quando o ministro Marco Aurélio, do STF, considerou que não havia elemento concreto para justificar a prisão e concedeu liminar em pedido de habeas corpus. O Supremo retomou o julgamento no mês de março, resultando na queda da liminar e retorno à prisão.
(Matéria editada às 16h58 para acréscimo de informação)