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Cidades

Pecuarista paga fiança de R$ 27,2 mil e deixa superintendência da PF na Capital

Fabiano Arruda | 29/07/2011 15:25
Acusada de participação em esquema de caça ilegal, Beatriz Rondon tem propriedades rurais em Aquidauana. (Foto: O Pantaneiro)
Acusada de participação em esquema de caça ilegal, Beatriz Rondon tem propriedades rurais em Aquidauana. (Foto: O Pantaneiro)

Detida nesta manhã na superintendência da Polícia Federal de Campo Grande por porte ilegal de arma, a pecuarista Beatriz Rondon foi liberada após pagamento de R$ 27.250 de fiança.

A busca na casa de uma das fazendas de Rondon em Aquidauana está entre os seis mandatos cumpridos hoje por policiais federais de Corumbá.

A ação é desdobramento da Operação Jaguar 2, desencadeada em maio para quebrar esquema de caça ilegal de animais silvestres, especialmente, a onça-pintada.

Segundo informações do Ibama, foram encontradas até agora dez armas, algumas sem registro e vários objetos de caça ilegal como um couro de onça e um couro de uma jaguatirica.

Outra arma foi encontrada em Rondonópolis (MT) com o Tonho da Onça, principal protagonista da Jaguar I, conhecido por ser especialista na caça dos felinos.

Segundo informações do delegado da Federal em Corumbá, Alexandre do Nascimento, as ações de hoje têm por objetivo arrecadar novas provas e apreensão de materiais, na fase complementar da operação.

“A Polícia Federal pediu a prisão de envolvidos, mas a Justiça entendeu que não há justificativa para as prisões. Pela nova legislação boa parte dos pedidos de prisão cabe fiança”, explica o delegado.

Em entrevista ao Campo Grande News, o advogado da pecuarista, Renê Siufi, disse que foram apreendidos, na casa da sua cliente, dois revólveres e uma espingarda “velha” que não pertencem a Beatriz e eram de um tio dela. Ele garantiu que Rondon não tem envolvimento com o esquema de caçada ilegal promovido no Pantanal.

Na primeira ação da Jaguar 2, a fazendeira foi multada pelo Ibama em R$ 220 mil por caça ilegal, abate de animais ameaçados de extinção, por caça profissional e por danos a Unidade Estadual de Conservação, categoria que a sua fazenda, Santa Sofia, está incluída.

O caso - Nesta sexta, os federais cumpriram seis mandados de busca e apreensão: dois em Corumbá, um em Campo Grande, dois em Aquidauana e um em Rondonópolis (MT).

Participam das ações de hoje pelo menos 25 policiais federais, dois policiais militares ambientais e quatro servidores do Ibama. Segundo informações da Federal, os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.

A Jaguar 2, cuja as investigações já duram mais de um ano, foi desencadeada em 5 de maio para desarticular quadrilha que promovia safáris.

Na ocasião, foram apreendidos dois crânios de onça, três metros e meio de couro de sucuri e 12 galhadas de cervo, além de armas. Até uma mala confeccionada com couro de onça foi encontrada.

A operação é desdobramento da Jaguar I, desencadeada no ano passado. As investigações começaram a partir de um vídeo, enviado por um americano à Polícia Federal, que mostra um safári turístico na fazenda Santa Sofia, em Aquidauana, a 150 quilômetros de Campo Grande.

O vídeo era utilizado como uma espécie de propaganda da caçada ilegal, que custava de 30 a 40 mil dólares por safári, com direito a passagem, alimentação, translado, hospedagem. O prêmio era o que o caçador conseguisse abater.

As imagens que circularam em todo País são chocantes. Mostram um dos caçadores atirando contra uma onça que estava no alto de uma árvore. Após o disparo, o animal despenca e, ao solo, é cercado por cães. Num dos trechos, Beatriz Rondon afirma que se tratava de uma fêmea muito bonita, mas que estava matando os gados de sua fazenda.

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