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Cidades

PF fará teste para identificar se letra de ex-assessor de Odilon foi falsificada

Jedeão de Oliveira foi denunciado 26 vezes por suspeita de ter desviado dinheiro ligado a ações na 3ª Vara Federal de Campo Grande

Humberto Marques | 22/02/2018 12:37
Fatos sob investigação ocorreram em Vara Federal de Campo Grande da qual Jedeão foi diretor de Secretaria. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Fatos sob investigação ocorreram em Vara Federal de Campo Grande da qual Jedeão foi diretor de Secretaria. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

O juiz Dalton Kita Conrado, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, autorizou a realização de exame grafotécnico para comparar a grafia de Jedeão de Oliveira, ex-diretor de Secretaria da 3ª Vara, com a de documentos que integram ação penal na qual o então servidor é acusado de desviar recursos oriundos de processos. A decisão atende pedido do próprio réu e foi publicada nesta quinta-feira (22) no Diário da Justiça Federal.

O exame grafotécnico será realizado pela Superintendência da Polícia Federal de Campo Grande em documentos listados pela defesa de Jedeão, que por anos atuou na 3ª Vara Federal ao lado do hoje juiz aposentado Odilon de Oliveira. Já foram apontados os papéis a serem avaliados, incluindo anotação sobre o login e a senha “do então juiz titular da 3ª Vara Federal”, destaca a decisão do magistrado, “supostamente encontrada na gaveta da mesa que o réu utilizava”. A intenção é verificar se os manuscritos de tais documentos conferem com a grafia de Jedeão.

A denúncia contra Jedeão foi aceita em 2017 pelo Judiciário. Ele é suspeito de desviar dólares apreendidos em ações da polícia por 26 vezes, conforme despacho do juiz Conrado que também colocou a ação em segredo de Justiça, em montante cujas estimativas supera os R$ 230 mil. O ex-servidor chegou a ter quase R$ 13 mil bloqueados durante as apurações.

O ex-diretor atuou na Vara Federal com Odilon –conhecido por sua atuação em ações sobre tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, rotineiramente envolvendo o crime organizado– até sua demissão, em junho de 2016, em meio ao episódio. Ele responde por peculato, na esfera penal, e improbidade administrativa, na cível.

A acusação surgiu em outubro, após uma inspeção extraordinária determinada pelo TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) na Vara Federal, entre 22 de agosto e 2 de setembro. A Polícia Federal já apurava o caso.

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