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Cidades

Polícia de MG nem foi atrás de suposta localização do corpo de Eliza

‘Ficou só na especulação’, afirma advogada da mãe da jovem assassinada a mando do ex-goleiro do Flamengo

Anahi Zurutuza | 12/08/2016 08:34
Eliza e o filho, que ela garantia ser do ex-goleiro (Foto: Facebook/Reprodução)
Eliza e o filho, que ela garantia ser do ex-goleiro (Foto: Facebook/Reprodução)
Irmão de Bruno diz saber onde estão os restos mortais de Eliza (Foto: Yala Sena/CidadeVerde.com)
Irmão de Bruno diz saber onde estão os restos mortais de Eliza (Foto: Yala Sena/CidadeVerde.com)

Pouco mais de um mês depois que Rodrigo Fernandes das Dores, irmão do ex-goleiro Bruno Fernandes, disse à Polícia Civil do Piauí que sabe onde estão os restos mortais de Eliza Samudio, sequer foi aberta investigação pela Polícia Civil de Minas Gerais, Estado onde a jovem foi assassinada. Rodrigo também não foi incluído no programa de proteção a testemunha, exigência que fez para indicar onde o corpo teria sido desovado, e continua preso na Casa de Detenção de Altos, próximo a Teresina (PI).

De acordo com a assessoria de imprensa da polícia de Minas, no depoimento, Rodrigo não deu evidências de que realmente sabe a localização dos restos mortais e como a investigação sobre o homicídio já foi encerrada e Bruno Fernandes até já passou por júri, o comando entendeu que não havia necessidade de abrir novo inquérito por enquanto.

Para a polícia de Minas Gerais, Rodrigo estaria blefando para obter alguma vantagem. Contudo, caso o irmão do ex-goleiro apresente alguma informação mais concreta, a qualquer momento uma nova investigação pode ser aberta.

O gerente da Casa de Detenção de Altos, Antônio Gregório da Rocha, confirmou para a reportagem, na tarde de ontem (11), que Rodrigo ainda cumpre pena no local e que não lhe foi oferecido ainda nenhum tipo de regime diferenciado a pedido da Justiça.

Mãe de Eliza e o neto, no aniversário dele em 2011 (Foto: Arquivo)
Mãe de Eliza e o neto, no aniversário dele em 2011 (Foto: Arquivo)

Sofrimento – Maria Lúcia Borges, a advogada de Sonia de Fatima Marcelo Silva Moura, a mãe de Eliza, afirma que a família sofre muito cada vez que declarações como as do irmão de Bruno são feitas. “Ficou só na especulação e causou um sofrimento desnecessário, porque só o que esta mãe queria era enterrar a filha e ficar em paz”.

Hoje com 6 anos de idade, Bruninho, filho do ex-goleiro Bruno com Eliza, pergunta mais sobre os pais e o que houve com eles. Para evitar muita exposição e que o neto saiba de tudo por enquanto, a mãe de Eliza, que mora com o neto em Campo Grande, tenta impedir que ele assista televisão e dispensa dar entrevistas. O garoto já faz acompanhamento psicológico.

Bruno foi condado em 2013 pela morte da jovem (Foto: TJMG/Divulgação)
Bruno foi condado em 2013 pela morte da jovem (Foto: TJMG/Divulgação)

Crime e investigações – Bruno Fernandes foi condenado, em 2013, pela morte de Eliza Samudio, que desapareceu em 2010. À época, a jovem buscava na Justiça que o então goleiro do Flamengo reconhecesse a paternidade de seu filho.

Conforme a investigação, a moça foi torturada e morta a mando de Bruno. Com base nos depoimentos, foram descobertos indícios de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, teria sido contratado para matar a jovem e esconder o corpo. Luiz Henrique Ferreira Romão, amigo de Bruno, é apontado como o autor do “esquema” para matar Eliza e foi condenado em 2012.

Bola teria asfixiado e cortado o corpo da modelo, jogando os pedaços para os cães da raça Rottweiler, que ele criava.

No dia 4 de agosto, o irmão de Bruno revelou que à polícia do Piauí que sabe onde estão os restos mortais de Eliza, embora tenha dito que estava no Rio de Janeiro quando o crime aconteceu em Minas Gerais.

O depoimento foi colhido a pedido da Dam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Jacarepaguá (RJ). “Encontra-se em andamento na unidade uma investigação complementar para identificar dois indivíduos que teriam participado do sequestro e da tentativa de aborto sofridos por Eliza Samúdio, nos quais já foram indiciados Bruno Fernandes das Dores de Souza e Luiz Henrique Ferreira Romão”, informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro por meio de nota.

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