Registro de casos da febre “Chikungunya” no Brasil coloca MS em alerta
Os registros de casos da febre “Chikungunya” confirmados pelo Ministério da Saúde no Brasil coloca todos os estados, inclusive Mato Grosso do Sul, em alerta para a incidência da doença que é transmitida pelos mosquitos Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus.
Conforme o Ministério da Saúde 16 casos autóctones (dentro do mesmo território) da Febre Chikungunya foram registrados no país. As pessoas infectadas não possuem registro de viagem internacional para países onde há transmissão. Dois casos ocorreram no Oiapoque (Amapá) e 14 no município de Feira de Santana, na Bahia.Outros casos suspeitos estão sendo investigados.
O Ministério da Saúde também registrou, neste ano, 37 casos importados, em pessoas que viajaram para países com transmissão da doença.
De acordo com o coordenador de vetores da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Gilmar Ribeiro, a população precisa ficar em alerta. Segundo ele, apesar da doença ser de baixa letalidade, diferente da dengue, o vírus é conhecido por causar uma “dor insuportável” e deixar a pessoa de cama por até um ano ou mais.
Ribeiro orienta que a população tome os mesmos cuidados em relação a dengue. “É preciso que a população fique atenta e não deixe nenhum recipiente com água parada em que o mosquito possa se proliferar”, disse.
Doença - A Febre Chikungunya é causada por um vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus os principais vetores. Seus sintomas - febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema – costumam durar de três a 10 dias, e sua letalidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara e menos frequente que nos casos de dengue. O tratamento é feito para combater os sintomas, com analgésico (paracetamol), hidratação adequada e repouso.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde)), desde 2004, o vírus havia sido identificado em 19 países. Porém, a partir do final de 2013 foi registrada transmissão autóctone em vários países do Caribe e, em março de 2014, na República Dominicana e Haiti. Nos meses seguintes, diversos países da América Central e da América do Sul também registraram surtos de Chikungunya, inclusive os que fazem fronteira ao norte com o Brasil. Isso ocorre porque os mosquitos transmissores da doença são muito disseminados em todas as áreas tropicais do mundo.
Desde 2010, quando o Brasil registrou três casos importados (contraídos no exterior) da doença, o Ministério da Saúde passou a acompanhar e monitorar continuamente a situação do vírus causador da Febre Chikungunya. Com a confirmação dos casos no Caribe, no final de 2013, o Ministério da Saúde elaborou um plano nacional de contingência da doença, que tem como metas a intensificação das atividades de vigilância; a preparação de resposta da rede de saúde; o treinamento de profissionais; a divulgação de medidas às secretarias e a preparação de laboratórios de referência para diagnóstico da doença.
A medida básica de prevenção da Febre Chikungunya é o combate aos mosquitos transmissores. As mesmas ações que previnem a dengue são capazes de prevenir também a Febre Chikungunya.