Sem previsão de acordo, greve de servidores da UFMS completa 100 dias
A mais longa greve dos servidores administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) completa 100 dias e não tem previsão de término. De acordo com o representante do comando local de greve do Sista (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino), Agnaldo Cardoso, a categoria quer reposição salarial de 27,3%. Contudo, o governo federal ofereceu 21%. “Ora oferece os 21% em duas vezes, ora os 21% em quatro anos”, afirma.
Segundo ele, a última proposta foi de parcelar o reajuste em quatro anos, considerado inviável pelos trabalhadores. Com a greve, a biblioteca do campus em Campo Grande funciona somente no período da manhã e o servidores do HU (Hospital Universitário) se organizaram em escalas. “Mas o HU, na verdade, não veio assim na sua integralidade para essa greve”, afirma Agnaldo.
De acordo com o sindicalista, a maior adesão é do campus de Corumbá, com 70% dos técnicos em greve. Em Campo Grande, a estimativa é que 60% dos servidores tenham aderido à mobilização. O movimento grevista também quer definição de data-base da categoria.
O Sista tem 3 mil filiados no Estado, sendo 1.800 em Campo Grande. O aniversário da greve foi marcado pela doação de fraldas geriátricas para o asilo São João Bosco. A concentração foi no campus da instituição na Capital.
Docentes – Os alunos da UFMS também enfrentam a greve dos professores, iniciada em junho deste ano. Com a paralisação o calendário acadêmico chegou a ser suspenso, mas a decisão foi revogada em 31 de agosto. Porém, a greve dos docentes prossegue.
A universitária Matia Angélica Ferreira Guirado, 18 anos, conta que teve aula normal no curso de odontologia até 24 de junho. Durante a suspensão do calendário, voltou para a casa, na Bahia. Ontem, retomou provas, mas prossegue a dúvida de como será a conclusão do semestre. A instituição tem 15 mil alunos e 1,3 mil professores.