ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, DOMINGO  22    CAMPO GRANDE 26º

Cidades

TJ acata parte de pedido de Giroto para arquivar denúncia da Lama Asfáltica

Defesa tenta anular decisão que recebeu acusação sobre irregularidades na recuperação de rodovias e bloqueou bens de ex-secretário de Obras; íntegra de decisão do tribunal não foi divulgada

Humberto Marques | 18/04/2018 16:27
Decisão da 4ª Câmara Cível será totalmente conhecida após publicação de acórdão. (Fotos: Marcos Ermínio/Arquivo)
Decisão da 4ª Câmara Cível será totalmente conhecida após publicação de acórdão. (Fotos: Marcos Ermínio/Arquivo)

Por maioria e divergindo do voto do relator, a 4ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) acatou recurso apresentado pela defesa do ex-secretário de Estado de Obras Públicas e Transporte, Edson Giroto, a fim de anular decisão que recebeu uma das denúncias contra ele na Operação Lama Asfáltica. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (18) mas, até o momento, seu conteúdo não é totalmente conhecido –o que só vai ocorrer após a publicação do acórdão, nos próximos dias.

Giroto recorreu ao TJMS em abril do ano passado, depois que a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande aceitou denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra Giroto, Maria Wilma Casanova (ex-titular da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) e o engenheiro José Afif, que, entre seus efeitos, resultou no bloqueio de R$ 9,8 milhões em bens do ex-secretário.

Conforme a acusação original, houve irregularidades em contrato da empreiteira Proteco para recuperação as rodovias estaduais MS-270, 444 e 473, envolvendo suspeitas de subcontratação ilegal ou mesmo de não execução do serviço contratado. Mesmo assim, fiscais teriam atestado os serviços e pago os valores. Entre indenizações em dez vezes do valor do suposto prejuízo e ressarcimentos, os valores envolvidos se aproximam dos R$ 128 milhões, conforme o MPMS.

Giroto foi preso recentemente e, poucos dias depois, liberado devido a decisões na Lama Asfáltica
Giroto foi preso recentemente e, poucos dias depois, liberado devido a decisões na Lama Asfáltica

Divergência – A defesa de Giroto recorreu ao TJMS contestando a decisão, solicitando a anulação da decisão que aceitou a denúncia em primeira instância e que bloqueou bens do ex-secretário. O parecer da Procuradoria-Geral de Justiça foi para a rejeição do pedido e manutenção da decisão, o que foi seguido pelo relator, Amaury Kuklinski.

Contudo, em divergência, decidiu-se por seguir o voto do primeiro vogal, desembargador Dorival Renato Pavan, seguido também pelo presidente da 4ª Câmara, o desembargador Odemilson Fassa, estabelecendo maioria de dois votos a um. Assim, “por maioria, [os desembargadores] afastaram as preliminares, nos termos do voto do relator e, no mérito, por maioria, deram parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do 1º vogal, vencido o Relator que negava provimento”, destacou o sistema do TJMS, reiterando ainda que a decisão foi contra o parecer. Não foram divulgados detalhes sobre o alcance da decisão.

“Apresentamos um agravo quanto ao recebimento da ação civil pública, mas ainda não sabemos do teor de toda a decisão, apenas que dava provimento parcial ao nosso pedido”, destacou o advogado Valeriano Fontoura, que defendeu Giroto na causa.

Lama – Deflagrada por uma força-tarefa com participação dos Ministérios Público Federal e Estadual e da Polícia Federal, a Lama Asfáltica apura uma série de irregularidades em contratos firmados na administração estadual até 2014, envolvendo superfaturamento, desvio de recursos e ocultação de bens.

A operação já teve cinco fases, resultando em bloqueios de bens na ordem de milhões ordem de prisão contra suspeitos –Giroto, recentemente, deixou o Presídio de Trânsito de Campo Grande ao lado do empresário João Amorim e outros denunciados após anular ordem de prisão decorrente de uma das ações e que chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Nos siga no Google Notícias