Você faz como a Gisele Bündchen?
A realidade é que muitos querem ter o que a Gisele tem, mas poucas pessoas estão dispostas a pagar o preço
Se você respirou neste carnaval, ouviu falar sobre o furor que a modelo Gisele Bündchen causou ao fazer presença vip no camarote da Brahma, na Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro. Ela recebeu aproximadamente R$ 10 milhões por 3 horas. A sua beleza estonteante, seu look “simples” e inspirado no mesmo que usou em 2011 e o valor do seu cachê foram manchete em praticamente todos os veículos de comunicação.
Dei um Google “Gisele Bündchen” e uma das notícias me chamou a atenção tinha o seguinte título: “Levaria anos para conseguir o mesmo que Gisele ganhou em 1 minuto”. Surpreendente, se não fosse por um detalhe: ela não ganhou isso em um minuto. Ela constrói, há 30 anos, uma carreira sólida e de sucesso, permeada por escolhas inteligentes, e que a permitiu atingir este cachê milionário.
Quantas modelos de beleza singular e estonteante existem no mundo? Centenas de milhares. Mas quantas conseguiram que uma revista americana, a New York Magazine criasse um termo para descrever o status atingido por Gisele, o de über model? No topo da lista de supermodelos, ela é a única já reconhecida como tal. Über é uma palavra de origem alemã que equivale ao “above” em inglês (acima, em cima, de cima, sobre).
A realidade nua e crua é que muitos querem ter o que a Gisele tem, mas poucas pessoas estão dispostas a pagar o preço para se chegar no topo. Evidente que todo mundo precisa de uma pitada de “sorte” na vida, digo, estar na hora e lugar certo para as coisas acontecerem. Mas ninguém chega a um nível tão alto, profissionalmente, por sorte ou beleza. Gisele atingiu este patamar no fim dos anos 90, e de onde nunca mais saiu, porque além da aparência que a profissão exigia quando ela iniciou, ela manteve um comportamento profissional elogiado por todos. Ela soube mais do que qualquer um cuidar da sua imagem.
Muita gente tem o costume de diminuir as conquistas dos outros “ah, mas ele é bonito”, “ah, mas ele fala bem”, “ah, mas ele conhece fulano”, tentando achar justificativas para explicar suas próprias frustrações. Mas ninguém sabe, no real, o quanto as pessoas que atingem este patamar em suas carreiras abdicam. Eles não puderam, por muitos e muitos anos, simplesmente passar um final de semana assistindo Netflix e tomando sorvete.
Além do comportamento profissional impecável, e dos inúmeros recordes na carreira, ela sempre se manteve longe de escândalos e polêmicas, leva uma vida pessoal discreta, e é Embaixadora da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente por conta de seu trabalho em prol de causas ambientais.
Coincidentemente, dia desses, revi uma resposta da própria Gisele em uma entrevista, quando perguntada se chegou lá porque era bonita (veja no vídeo da coluna).
Trecho:
-Você é a melhor por causa da aparência que tem? Perguntou o entrevistador.
-De jeito nenhum. Eu penso que é pela minha personalidade. Eu nunca reclamei. Se eles dissessem: “Gisele, vai lá, está abaixo de 0, com uma roupa de banho e comece a pular”, eu ia. “Gisele, está 100 graus no Vale da Morte, vai lá fotografar”, eu ia. Eu quero fazer o meu melhor. Se eu escolho dizer sim para algo, e alguém está colocando sua confiança em mim, eu não quero desapontar ninguém. Eu sou uma pessoa que luta para ser o melhor que eu posso ser. Se eu vou limpar o meu apartamento, você poderá comer no chão.
Acredito que a questão não é nos compararmos aos feitos e cachês da Gisele Bündchen, e sim fazermos como ela no sentido de dar o nosso melhor em qualquer situação. Cada realidade de vida é uma, mas cabe a nós sermos o melhor que pudermos ser na nossa própria vida. Assim, o resultado aparece, até nas situações mais difíceis.
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial.
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