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Boa Imagem

Carnaval é a época de extravasar, só que não

São dias de descanso, de folia, mas é preciso cuidado para não se arrepender depois

Larissa Almeida (*) | 14/02/2023 09:19

Escutei uma entrevista do mestre em Educação e doutor em Psicanálise Carlos Mendonça, na rádio CBN e achei muito interessante quando ele disse que as pessoas mudam de comportamento no Carnaval. "A ligação [das pessoas com o Carnaval] é tanto histórica quanto psicológica. As pessoas dizem que passam o ano todo se sacrificando e aí chega o Carnaval, que é o tempo que as pessoas querem extravasar o que está dentro de si", disse. Ele destacou que a folia traz à tona a sexualidade e a pessoalidade reprimida.

“Freud, o pai da Psicanálise, escreveu um livro que mostra o antagonismo inevitável entre as exigências do instituto humano e as restrições da civilização. No Carnaval, essas restrições são liberadas e as pessoas agem da forma que querem", explicou Carlos Mendonça.

Achei interessante debater este tema na coluna, porque os reflexos e consequências das nossas atitudes durante o Carnaval são os mesmos de qualquer outro período. E podem impactar negativamente ou positivamente em nossa imagem.

Não falarei nem da vestimenta, porque a ideia de ousadia e transformação é muito da graça do Carnaval. Fantasias divertidas, extravagantes, glitter, transparências. E é claro que tudo depende do ambiente onde você vai curtir a folia. Mas isso é assunto para outro dia.

Fico muito feliz porque vejo a pluralidade e a diversidade como palavra de ordem na folia, as pessoas evitando os corriqueiros julgamentos sobre corpos, gêneros e sexualidades. Não existe mais a ideia de fantasias permitidas ou não para determinado tipo de corpo. E isso é fantástico.

No entanto, falo aqui sobre o comportamento de muitos por acharem que podem tudo, que são dias de festa e tudo vale. O Carnaval é tradicionalmente palco de transgressões, justamente porque muitos querem extravasar.

A sexualidade exacerbada, somada com o consumo de substâncias psicoativas, e etc. faz as pessoas agirem de maneira que certamente não fariam normalmente, com gritaria, jogando lixo nas ruas (caso dos bloquinhos), ou pior, urinando a céu aberto. Isso quando não arrumam brigas/discussões ou não fogem delas. Uma bomba armada em tempos de celular filmando tudo.

Além da reputação, existem os aspectos legais, como por exemplo a Lei 13.718/2018, que criou o crime de importunação sexual e o pune com pena de um a cinco anos de prisão por atos como passar a mão ou se esfregar no corpo de outra pessoa sem consentimento.

Faço votos de que todos curtam muito o Carnaval, ou descansando ou festejando, mas que não façam nada que não fariam em outras épocas do ano.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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